Enfermeiros algarvios recusam conduzir carros de serviço depois de ARS pedir pagamento de danos a colegas

Enfermeiros de várias Unidades de Cuidados Continuados (UCC) vão recusar-se a conduzir viaturas de serviço, na sequência da exigência, feita […]

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Enfermeiros de várias Unidades de Cuidados Continuados (UCC) vão recusar-se a conduzir viaturas de serviço, na sequência da exigência, feita pela Administração Regional de Saúde do Algarve, de pagamento de danos num carro que utilizaram no cumprimento das suas funções, anunciou a delegação regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Segundo o sindicato, «duas enfermeiras das UCC (Unidade de Cuidados na Comunidade) de Portimão e Faro foram notificadas para pagamento de danos em viaturas de serviço da ARS. Em carta assinada pelo Presidente da ARS, é exigido o pagamento no prazo de dez dias úteis, sob pena de avançar para procedimento disciplinar, reservando-se ainda ao direito de “na falta de pagamento voluntário, proceder ao desconto da importância em dívida no seu vencimento mensal”».

Uma situação que «gerou uma onda de indignação e protesto» e levou os enfermeiros destas duas Unidades de Cuidados, mas também das congéneres de Lagoa e Silves, a solidarizarem-se com as colegas, «subscrevendo cartas de recusa de condução». «É esperado que os profissionais de outras UCC sigam o exemplo».

«Não faz parte das funções dos enfermeiros a condução de viaturas, mas ainda assim ao longo dos anos, quer por falta de viaturas, quer por falta de motoristas, os enfermeiros têm assegurado visitas domiciliárias e outras atividades na comunidade a pé, conduzindo viaturas de serviço (muitas vezes sem condições de segurança, higiene e conforto) e até as suas próprias, pagando do seu bolso», garantiu o SEP.

Contactada pelo Sul Informação, a ARS do Algarve indicou, apenas, que «o Conselho Diretivo está a tratar da situação internamente» e que está «em contacto com os profissionais em causa e os seus representantes sindicais», no sentido de resolver a situação.

Os sindicalistas lamentam que, «apesar das dificuldades enfrentadas diariamente, apesar de serem devidas horas de trabalho e de serem insuficientes para dar resposta a inúmeras solicitações», bem como «do esforço sobre-humano que têm vindo a desenvolver para assegurar o máximo possível os cuidados à população», os enfermeiros sejam «“compensado” com uma atitude inaceitável por parte da ARS que está a merecer a total rejeição por parte dos profissionais».

«O SEP responsabiliza a ARS Algarve por todos os cuidados/actividades à comunidade que sejam desmarcados ou que não tenham qualquer resposta e exige que seja revogada a decisão de pagamento de danos em viaturas por parte dos profissionais e ainda que, de uma vez por todas sejam concretizadas soluções urgentes para os problemas da Saúde no Algarve», concluiu o sindicato.

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