Bruno Gonçalves, o algarvio caçador de tornados volta aos Estados Unidos

É uma «aventura» da qual muitas pessoas «fugiriam», mas nem isso assusta o algarvio Bruno Gonçalves, um dos quatro caçadores […]

É uma «aventura» da qual muitas pessoas «fugiriam», mas nem isso assusta o algarvio Bruno Gonçalves, um dos quatro caçadores de tornados que vai partir, no dia 3 de Maio, rumo à famosa tornado alley dos Estados Unidos da América. A experiência não é nova, mas desta vez o grupo de portugueses quer estar «o mais próximo possível» de um tornado para o poder filmar e gravar. Mas sempre, claro, «dentro de um risco ponderado»… 

Antes de a aventura de três semanas começar, Bruno Gonçalves, meteorologista amador, responsável pelo site “Meteofontes”, conversou com o Sul Informação e mostrou-se expectante.

«Nesta segunda digressão, vamos estar mais focados na caçada de tornados pura e dura. Queremos tentar obter as melhores imagens possíveis, estar mais próximos das tempestades. Estamos mais bem preparados agora. Em 2015 era tudo novo», confessou.

Na altura, os valentes portugueses (o lagoense Bruno Gonçalves é o único algarvio) não conseguiram caçar nenhum tornado, mas para este ano as perspetivas são outras. «Queremos captar pelo menos um, mas já se sabe que tanto podemos ver cinco ou seis, como nenhum», explicou, em conversa com o nosso jornal.

Nesta digressão, a aposta recai numa «maior qualidade de imagem», através de equipamentos com resolução 4K, e fazendo vídeos em time-lapse. Mas para isso é preciso, claro, que o grupo consiga apanhar algum tornado.

A preparação para a grande aventura destes «maluquinhos dos tornados», como diz Bruno Gonçalves, começou há um ano, principalmente a nível do estudo das previsões meteorológicas. «Também participámos em formações online, fizemos contactos com caçadores de tornados dos Estados Unidos. A preparação não foi só logística», explica.

Durante a estadia de 23 dias, em que a equipa da Troposfera, a associação a que os quatro pertencem, percorrerá milhares de quilómetros, é expectável que os aventureiros se coloquem em situações de risco. «Medo? O medo é saudável», comentou Bruno Gonçalves, ao Sul Informação.

«Obviamente que temos perfeita noção de que nos vamos colocar em situações das quais uma pessoa normal fugiria, mas dentro da nossa viatura vamos ter portáteis com software de acesso a tempo real à localização das tempestades, para onde evoluem e as suas caraterísticas», disse.

E depois da aventura, o que se seguirá? Bem, durante a primeira digressão foi feita uma série, chamada no “Caminho dos Tornados”, com seis episódios, disponíveis aqui. Agora, «ainda estamos a analisar se vamos fazer por episódios outra vez ou um grande documentário. Depende das imagens e fotos que consigamos captar», referiu Bruno Gonçalves.

A ideia é, depois, colocar tudo online. «Tentámos vender a 1ª temporada a alguns canais de televisão, mas não surgiu interesse. Também temos o objetivo de tentar vender este ano», explicou.

O segundo objetivo passa por fazer um livro fotográfico, mas tal «depende das imagens recolhidas». É que «facilmente se pensa que se pode tirar boas imagens, mas tudo é tão rápido que mal temos tempo de parar», disse.

Após a produção do documentário, com a ajuda dessas mesmas imagens e outro material recolhido, poderão vir a ser realizadas algumas ações de sensibilização da população para a temática em causa, bem como em algumas escolas.

Certo é que esta será uma verdadeira aventura, em terras do Tio Sam. «Vamos daqui sem nada marcado. Os hotéis vamos marcando. De manhã vamos fazer as previsões e marcar zona alvo para o dia e para o dia seguinte. Depois é ir ao supermercado, abastecer para o dia todo, e acompanhar o radar para nos deslocarmos para a zona onde estão as tempestades», concluiu Bruno Gonçalves.

E assim tentar caçar tornados. Pode seguir toda a epopeia da Troposfera, aqui. 

 

Fotos: Fabiana Saboya | Sul Informação

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