A muita chuva que caiu em Março (quase) acabou com a seca e compôs barragens do Algarve

O mês de Março de 2018 foi o 2º mais chuvoso desde 1931. A muita água que caiu do céu […]

O mês de Março de 2018 foi o 2º mais chuvoso desde 1931. A muita água que caiu do céu permitiu que quase todo o território nacional saísse, oficialmente, de uma situação de seca, com exceção da zona do Nordeste Algarvio, que, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), «ainda se encontra na classe de seca fraca».

Além de irrigar os campos e encher os cursos e depósitos naturais de água, a chuva também deu uma grande ajuda ao aumento do nível das barragens do Algarve. Nas três albufeiras que alimentam o sistema de abastecimento público multimunicipal da região, os níveis subiram consideravelmente, principalmente na Barragem de Odelouca.

Nesta albufeira do Barlavento, a maior de armazenamento de água para consumo, o nível de carga útil subiu dos 16,78% de 23 de Fevereiro para os 53,38%, no dia 23 de Março, segundo os últimos dados de disponibilidades hídricas divulgados pela Águas do Algarve. Neste momento, há mais água em Odelouca do que um ano antes (49,01%).

As demais barragens seguiram a mesma tendência: em Odeleite, a carga útil era, naquele dia, de 92,98% (há um mês estava nos 55,32%, em 2017 era de 95,9) e no Beliche de 77,7% (há um ano estava nos 80,75%, há um mês nos 49,6%).

Barragem de Odelouca

Segundo revelou o IPMA, «o valor médio da quantidade de precipitação em Março, 272 mm, foi cerca de quatro vezes o valor médio mensal». O valor registado este ano ficou «muito próximo de Março de 2001, o mais chuvoso desde 1931», em que a média atingiu os 274 mm. Março de 2018 foi ainda, em algumas estações, o mais chuvoso desde o início das respetivas séries.

«De acordo com o índice meteorológico de seca PDSI, no final do mês de Março, Portugal continental já não se encontra em seca meteorológica. A ocorrência de valores muito elevados da quantidade de precipitação em todo o território do continente, tiveram como consequência o final da situação de seca meteorológica que se verificava desde Abril de 2017», salientou o IPMA, fazendo, naturalmente, a ressalva da continuidade da seca «uma pequena região no sotavento algarvio (0.1% do território)».

Como o Sul Informação deu conta em Novembro, o Nordeste Algarvio foi fortemente afetado pela seca, o que levou ao desespero agricultores e criadores de gado desta zona do Algarve. Na altura, o nosso jornal foi para o terreno e falou com produtores, que não esconderam a sua profunda preocupação com o futuro e se queixaram da falta de apoios.

Março de 2018 foi não só mais chuvoso, mas também mais frio do que é habitual, «com anomalia da temperatura média de – 1.6 °C». «O valor médio da temperatura máxima do ar, inferior ao valor normal em cerca de 2.6 °C, corresponde ao valor mais baixo desde 2000. O valor médio da temperatura mínima do ar foi inferior ao normal em 0.6 °C. Valores da temperatura mínima inferiores aos agora registados ocorreram em 25% dos anos (desde 1931)», informou o IPMA.

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