Rede Azul pediu e espetáculo «fora da caixa» vai reinventar música tradicional algarvia

Será um espetáculo «fora da caixa», mas tendo como base a música tradicional algarvia. O projeto ainda está a ser […]

Será um espetáculo «fora da caixa», mas tendo como base a música tradicional algarvia. O projeto ainda está a ser desenhado, mas já se sabe que, ao som, se vai juntar o vídeo, numa criação que vai passar pelas 12 salas de espetáculo da Azul – Rede de Teatros do Algarve, a partir do último trimestre deste ano. 

Esta é uma das ações daquela rede para 2018, cujo plano de atividades foi apresentado na passada sexta-feira, 16 de Março, na Galeria Municipal de São Brás de Alportel.

Em 2018, há quatro vetores principais nas atividades a desenvolver: formação, apoio à criação e circulação, partilha de espetáculos e o seminário.

Começando pela parte do apoio à criação e circulação, há uma diferença neste plano de atividades. Em vez de haver uma open call, desta feita a rede encomendou diretamente este espetáculo a um coletivo de artistas algarvios, composto por João Frade, GiJoe (Rafael Correia), Ana Perfeito, Paulo Machado, João Guerreiro e Emanuel Marçal.

Aquele que será um espetáculo «muito identitário da região», tem, todavia, o objetivo de poder, até no futuro, «extrapolar a rede e ser visto a nível nacional e, quiçá, internacional», disse Gil Silva, diretor do Teatro das Figuras, de Faro.

O acordeonista João Frade, que será um dos coordenadores do projeto, esteve na apresentação do plano de atividades e, ao Sul Informação, explicou que esta será uma criação «multidisciplinar».

O projeto está «a ser desenhado neste momento» e tem estreia marcada para o último trimestre do ano «Queremos levar coisas diferentes às pessoas. A possibilidade de chegarmos a tantos auditórios é muito boa», referiu o músico ao nosso jornal.

No que toca a formação, Gil Silva explicou que a ideia é «capacitar os nossos técnicos, no âmbito da rede, de modo a dar-lhes mais qualificações». É que uma das dificuldades que se nota é a «falta de capacidades técnicas, ao nível de muitos profissionais da área», considerou.

João Frade

A primeira formação será, por isso, na área técnica, mas também haverá outras para comunicação e marketing e produção e programação. Todas as ações serão ministradas pela equipa técnica afeta ao Teatro das Figuras, no segundo trimestre deste ano.

Além do espetáculo já referido, há um outro ponto alto no plano de atividades da Azul para este ano e que promete ser desconcertante. Em Novembro, há a intenção de realizar o seminário “Periferias”, num local ainda a definir, mas, de preferência, num dos concelhos do Algarve fora do eixo central.

E para que servirá este seminário? No fundo, para pôr todos a pensar no que é fazer programação cultural fora dos grandes centros urbanos.

Dália Paulo

Dália Paulo, Diretora Municipal de Loulé e uma das criadoras da Rede Azul, enunciou, após deixar uma palavra de homenagem a Joaquim Guerreiro, também um dos mentores deste projeto, algumas das questões que serão debatidas: «O que será isto de programar nas periferias? E o que são as periferias? Não serão as novas centralidades?».

Respondendo a algumas destas perguntas, na opinião da antiga comissária do “365Algarve”, as periferias dão algo que as grandes cidades não conseguem: «tempo para refletir e para criar». O seminário não quer, contudo, «ouvir apenas os de fora», mas sim «todos», para que se possa «refletir sobre o que é a criação no Algarve».

Por fim, a última área a ser trabalhada será a partilha de espetáculos, entre as salas da rede, e vai começar por «preparar o futuro». Ou seja, envolver a área dos Serviços Educativos. A escolha foi feita «não por ser mais fácil, mas porque trabalhar o serviço educativo é refletir sobre o que queremos apresentar», explicou Dália Paulo.

«Vamos trabalhar os públicos», mas mais centrados «na faixa etária dos mais novos. É isto que é deixar a semente para o futuro», disse Dália Paulo.

Semente essa que Vítor Guerreiro, presidente da Câmara de São Brás, espera que também cresça no seu concelho. «Este é um projeto sem dúvida importante e que cria novas formas de atração para trazer cá os turistas. Desejo que esta seja uma rede de excelência», referiu o edil.

Da Azul – Rede de Teatros do Algarve fazem parte os Auditório Municipais de Albufeira, Lagoa e Olhão, a Casa do Sal, de Castro Marim, os Centros Culturais António Aleixo (Vila Real de Santo António) e de Lagos, os Cine-Teatros António Pinheiro (Tavira), Louletano e de São Brás de Alportel, bem como o Teatro das Figuras, em Faro, o Teatro Mascarenhas Gregório (Silves) e o TEMPO – Teatro Municipal de Portimão.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

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