Bombeiros de Aljezur e voluntários tentaram salvar baleia-anã que deu à costa na Amoreira

A baleia-anã que ontem tinha dado à costa, ferida, na Praia da Amoreira (Aljezur), e que tinha sido devolvida ao […]

A baleia-anã que ontem tinha dado à costa, ferida, na Praia da Amoreira (Aljezur), e que tinha sido devolvida ao mar com a ajuda de voluntários e bombeiros, acabou este domingo por voltar a ser arrojada à praia, mas já morta.

Segundo João Duarte, um dos cinco bombeiros de Aljezur que ajudou a baleia-anã, o animal apresentava muitos ferimentos, como se pode ver nas fotos.

«Embora os ferimentos não fossem profundos, é provável que tenha lesões internas e, com o mar que estava, não é fácil sobreviver», tinha João Duarte, que era o chefe de equipa no local, comentado ontem na sua página de Facebook. O comandante das operações de socorro (COS) foi Mário Costa, comandante dos Bombeiros de Aljezur.

«Fizemos o que nos foi possível, numa primeira ação com ajuda de seis voluntários de várias nacionalidades que lá acorreram e depois apenas nós, cinco bombeiros, com a noção de que outras entidades eventualmente mais vocacionadas poderiam ter pelo menos pisado o areal…», acrescentou. Os bombeiros foram alertados às 14h00 de sábado, embora o animal tenha sido avistado pela primeira vez por volta do meio dia.

Apesar da zona ser da jurisdição da Polícia Marítima, e se situar em pleno Parque Natural, nenhum elemento dessas entidades se apresentou na praia, para colaborar na operação. Isto apesar de testemunhas oculares terem dito ao nosso jornal que viram um veículo todo-o-terreno da PM em ambos os lados da margem. João Duarte, porém, recusou comentar a ausência daquelas entidades.

«Quando chegámos, estava uma senhora portuguesa e dois estrangeiros, talvez alemães» a tentar ajudar a baleia. «Chamei um casal de alemães que estavam do lado do rio, que apareceram com um sexto voluntário civil, também estrangeiro», disse João Duarte ao Sul Informação. E foram todos estes voluntários, os bombeiros e os civis, que ajudaram o animal, depois de estarem muito tempo dentro de água, sob chuva torrencial.

«Conseguimos nessa fase, em que a maré não parecia estar ainda a vazar, arrastá-la para uma zona mais profunda do rio, onde nadou bem durante mais de meia hora, encalhando por breves momentos em bancos de areia e junto à margem direta, onde facilmente a desencalhámos», acrescentou.

Ontem, segundo contou João Duarte ao nosso jornal, quando foi devolvida ao mar, a baleia estava ferida e, «embora por vários momentos tenha nadado com elegância, notava-se que estava fraca e deixava-se enrolar nas ondas».

 «À saída da barra, a baleia foi projetada várias vezes contra a rocha, tendo ficado temporariamente entalada, e, como o mar esteve bastante agitado durante a noite, não terá conseguido safar-se», acrescentou.

O estado do mar e os ferimentos acabaram por ditar a morte do cetáceo, que este domingo voltou a dar à costa, mas já morta, na mesma praia da Amoreira.

 

Fotos: João Duarte e Hélio Oliveira

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