Deputado Cristóvão Norte pede medidas ao Governo para enfrentar crise na pesca do polvo

A «maior crise de sempre» na pesca do polvo está a causar «prejuízos assinaláveis em termos de rentabilidade e emprego» […]

A «maior crise de sempre» na pesca do polvo está a causar «prejuízos assinaláveis em termos de rentabilidade e emprego» em pequenas comunidades piscatórias, entre as quais a da Fuzeta, em Olhão, e a de Santa Luzia, em Tavira. O alerta foi dado por Cristóvão Norte, deputado do PSD eleito pelo Algarve, que pede ao Governo que sejam tomadas medidas.

O Grupo Parlamentar social-democrata pretende chamar à Assembleia da República as associações de pesca do polvo e o Secretário de Estado das Pescas à Assembleia da República «para prestar esclarecimentos sobre o que será feito».

Na base das dificuldades está a «diminuição acentuada das capturas» de polvo no ano passado, que se cifra «acima dos 50% a nível nacional, em comparação com 2016», mas que, em algumas comunidades, «ultrapassa os 75% no mesmo período, o que leva ao desespero de muitas comunidades que têm dirigido apelos públicos ao Governo para que tome medidas a este respeito», segundo o deputado Cristóvão Norte.

Em números, a quantidade de polvo capturado em 2016 desceu das 11 mil toneladas, em 2016, «para menos de 5 mil», no ano passado. «No Algarve, por exemplo, desde 2013 que se registam perdas acumuladas que ascendem a 66%», assegurou.

Cristóvão Norte esteve recentemente na Fuzeta, numa reunião promovida pela Junta de Freguesia local, onde «tomou conhecimento detalhado da situação e ficou a conhecer a proposta de onze associações algarvias que pedem ao Governo que decrete um período de defeso da espécie, com a duração mínima de um mês e máxima de dois meses, entre Vila Real de Santo António e o Cabo e São Vicente».

Este pedido é feito «de modo formal ou informal ao longo dos últimos dois anos, sem a concordância do Governo».

«A situação desesperada destas comunidades é compreensível. O Governo deve prestar mais atenção e agir. Tem que tomar medidas: o defeso da espécie, a não atribuição de mais licenças e eventual reconversão para outras espécies e a atribuição de apoios têm que ser seriamente ponderadas. O Governo, segundo os pescadores, está de braços cruzados, o que não se compreende, pois há casos, como o da Fuzeta e não só, em que os barcos estão em terra, as pessoas estão a viver do ar e nem uma palavra de ânimo há», considerou Cristovão Norte.

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