Carlos Gouveia Martins é candidato à presidência da Concelhia do PSD/Portimão

Carlos Gouveia Martins, que foi o cabeça de lista da coligação «Servir+Portimão» à Assembleia Municipal deste concelho nas recentes Eleições […]

Carlos Gouveia Martins, que foi o cabeça de lista da coligação «Servir+Portimão» à Assembleia Municipal deste concelho nas recentes Eleições Autárquicas, é agora candidato à presidência da Concelhia do PSD portimonense.

O cargo foi deixado vago em Dezembro, com a inesperada morte do seu então líder, Helder Renato Rodrigues, mas há muito tempo que os social-democratas de Portimão andam à deriva, com graves divisões internas.

Em declarações ao Sul Informação, Carlos Gouveia Martins, de 31 anos, licenciado em Ciências Farmacêuticas e adjunto do vice-presidente da Câmara de Cascais, elege a «reestruturação da Concelhia» como a sua primeira grande tarefa, caso seja eleito, nas eleições marcadas para dia 3 de Fevereiro.

Até agora, este parece ser o único candidato à liderança dos laranjas portimonenses. Carlos Gouveia Martins é filho de um histórico do partido a nível local, Carlos Martins, atual presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte. É também presidente da JSD/Algarve, deputado municipal em Portimão e ainda deputado da Assembleia Intermunicipal do Algarve. E tem vindo a acumular experiência nos meandros da vida autárquica e em áreas relevantes para os municípios, agora que é adjunto do autarca Miguel Pinto Luz, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações do Governo de Passos Coelho.

«Antes de tomar a decisão de me candidatar, falei com muitas pessoas a nível local, nomeadamente pessoas mais antigas no partido, que fiz questão de ouvir», disse o candidato ao nosso jornal. E ficou contente por sentir que há «uma grande, grande união em torno desta candidatura».

O PSD tem, segundo Carlos Gouveia Martins, 700 militantes em Portimão, mas, desses, apenas 109 pagam quotas e menos ainda participam ativamente na vida do partido, como de viu nas eleições para a liderança nacional social-democrata, no fim de semana passado, onde apenas votaram 67.

Este afastamento dos militantes resulta de anos de convulsões internas no PSD/Portimão. Basta recordar que, dos líderes da Concelhia, é preciso recuar até 2001, com Pedro Martins, para encontrar um que ainda continue ligado ao partido.

O mal estar já vinha de trás, mas as grandes cisões concretizaram-se nas Eleições Autárquicas de 2013, quando o então presidente da concelhia e cabeça de lista do PSD à Câmara, Pedro Castelo Xavier, se passou ostensivamente para o lado do PS e aceitou um lugar na vereação, assim garantindo maioria ao executivo comandado pela socialista Isilda Gomes.

Nas recentes Autárquicas de 2017, a confusão foi a regra. De tal forma que houve mesmo antigos destacados militantes, alguns deles ex vereadores do PSD, a candidatar-se ou a apoiar listas de outros partidos, como o PS e o Nós Cidadãos.

O anterior líder da Concelhia, Helder Renato Rodrigues (falecido em Dezembro passado), tinha pouca força a nível local, era quase conhecido e nunca conseguiu ter mão no partido, nem apresentar um forte candidato próprio à Câmara. E o resultado foi a candidatura de uma coligação entre CDS e PSD, liderada pelo primeiro partido, o que enfureceu muitos militantes e simpatizantes laranjas.

Para cúmulo, pela primeira vez, o PSD nem sequer tem uma sede em Portimão. A anterior, que até tinha uma renda baixa, frente à Igreja Matriz, chegou a ter uma dívida ao senhorio de 3000 euros, enquanto a segunda sede, aberta no tempo da liderança de Helder Renato, também teve meses de renda em atraso, situação entretanto resolvida. Mas o resultado é que os laranjas já não têm uma casa em Portimão…

Carlos Gouveia Martins na sua tomada de posse na Assembleia Municipal

Como se vê, a tarefa de «reestruturação» que espera Carlos Gouveia Martins, caso venha a ser eleito presidente da Concelhia, em Fevereiro, é grande.

«Quero começar por reestruturar a Concelhia, para que voltemos a ter sede, promover tertúlias convidando personalidades para a reflexão, organizar o partido em reuniões temáticas, para recuperar militantes e voltar a trazê-los para o seio do PSD, instituir coordenadores em área como a Saúde, a Ação Social, a Juventude, a Economia, que, de três em três meses, apresentem papers sobre esses temas, de modo a chegarmos a um manual com propostas concretas», explicou o candidato ao Sul Informação.

Apesar de jovem, Carlos Gouveia Martins quer voltar a atrair ao partido os militantes mais antigos, que foram «dirigentes nos anos 80 e 90 e que hoje estão afastados». Para isso, pretende reeditar o Conselho de Opinião, com ex-presidentes da Concelhia e outros históricos.

Mas o candidato à Concelhia pretende ainda voltar o partido para fora, para a sociedade. «Não chega sermos só oposição à Câmara socialista. Isso não chegou nestes últimos 40 anos. Temos que ser uma força liderante na construção de ideias», sublinhou. Por isso, defendeu, o objetivo do PSD portimonense será «pensar Portimão para uma década».

Carlos Gouveia Martins, nas suas declarações ao nosso jornal, falou, por exemplo, da questão da Cultura e do Património, onde «devem ser criados projetos que deem alma» ao concelho. E porque se recusa a «criticar por criticar», admite que «o centro da cidade tem tido melhorias nestes anos mais recentes. Mas é fundamental ir mais além!».

Outro exemplo apontado pelo candidato à Concelhia social-democrata é o da mobilidade: «é preciso pensar muito bem a mobilidade do concelho, não só ao nível da rede viária e da rede de autocarros, mas também no que diz respeito a ciclovias e aos acessos pedestres. Mas, sobretudo, é preciso ter uma visão séria de estacionamento, integrado nessa rede de mobilidade. Não se pode é fazer as coisas aos retalhos, sem pensar nos problemas na globalidade».

Carlos Gouveia Martins deverá hoje começar a divulgar oficialmente a sua intenção de se candidatar à presidência da Secção Concelhia do PSD em Portimão, já tendo encetado contactos para formar a sua lista. Até agora, tanto quanto se sabe, não há mais nenhum candidato. As listas deverão dar entrada nos órgãos próprios até 31 de Janeiro.

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