Pego do Inferno está a ser renaturalizado porque massificação do turismo não é para repetir

A obra de renaturalização do Pego do Inferno está em curso e, ainda esta semana, serão retiradas as estruturas metálicas […]

Foto: Associação Almargem

A obra de renaturalização do Pego do Inferno está em curso e, ainda esta semana, serão retiradas as estruturas metálicas que suportavam o acesso ao local, que ardeu nos incêndios de 2012. Desde então, aquele que é um dos ex-libris do concelho de Tavira, ficou oficialmente fechado ao público, mas não deixou de ser procurado… e destruído.

Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira, olha para o Pego do Inferno como um local «com potencial turístico, mas que tem de ser ordenado».

Em entrevista ao Sul Informação, o autarca adiantou que, numa primeira fase, «vamos renaturalizar completamente o Pego do Inferno. Estão a ser retiradas as estruturas de madeira e, a qualquer momento, dependendo da programação do empreiteiro, será retirado o ferro velho queimado que lá está».

Depois, «quem quiser visitar o Pego do Inferno, ou conhece bem o território, ou vai pelo sítio que eu ia quando era miúdo: pela estrada que dá acesso e depois anda um bocadinho, a pé, ao longo Ribeira da Asseca e chega lá num processo deslumbrante de conhecimento».

Jorge Botelho considera que o Pego do Inferno «não pode receber as cargas turísticas desordenadas que está a receber. Estamos a falar de acumulação de lixo, de destruição do património vegetal. O Pego do Inferno tem recebido uma ocupação muito intrusiva».

Por isso, depois do primeiro passo, que é a renaturalização, «vamos definir com as entidades públicas o que vai ser o futuro. Sabemos que temos de retirar pressão humana daquele espaço, para organizarmos visitas ao Pego e usufruir da natureza que nos proporciona».

O presidente da Câmara de Tavira considera ser necessário «corrigir o que foi feito há uns anos, que foi a massificação do Pego do Inferno, com a construção de um acesso fantástico. E sabemos que, quando massificamos, corremos riscos de destruição».

Para não promover a massificação – e destruição – do Pego do Inferno, «não está prevista a reconstrução do passadiço ardido, o que está previsto é um novo acesso por um novo local, num processo de ir à descoberta e, aí, pode haver muitas opções em cima da mesa», revela.

Segundo Jorge Botelho, «os próprios privados podem ter perspetivas de fomentar visitas turísticas a um espaço público, através das respetivas propriedades. De qualquer forma, o Pego do Inferno tem de ser mais ordenado, mais limpo, mais cuidado e com pontos de apoio. Não pode ser o que é agora: com campismo por todo o lado, fogueiras por todo o lado, lixo por todo o lado. Nós, praticamente todos os dias, vamos lá recolher coisas», conclui.

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