Orçamento de Estado é «uma boa oportunidade» para eliminar portagens na A22

A Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) considera que o Orçamento de Estado para 2018 é «uma boa […]

A Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) considera que o Orçamento de Estado para 2018 é «uma boa oportunidade» para eliminar as portagens na Via do Infante (A22). 

Em comunicado, a CUVI «congratula-se por, mais uma vez, algumas forças políticas terem apresentado na Assembleia da República, na discussão do Orçamento de Estado para 2018, propostas para a eliminação das portagens».

Para a CUVI,«além dos graves prejuízos que continuam a afetar a economia e a mobilidade na região, um dos aspetos mais nocivos» das portagens na A22 «prende-se com os inúmeros acidentes rodoviários que ocorrem na EN125, transformada numa perigosa rua urbana pejada de armadilhas mortais».

«Enquanto a requalificação da via entre Olhão e Vila Real de Santo António tarda em avançar, a requalificação entre Olhão e Vila do Bispo deixa muito a desejar, evidenciando erros técnicos clamorosos», acrescenta.

É que, para a CUVI, «o trânsito tornou-se mais lento, para desespero de utentes e comerciantes, e os acidentes de viação aumentaram».

Segundo dados desta Comissão, desde 1 de Janeiro até 15 de Novembro deste ano houve «9679 acidentes (9246 em 2016 e 8528 em 2015), com 27 vítimas mortais e 167 feridos graves. No período de um ano, entre 16 de Novembro de 2016 e 15 de Novembro de 2017, ocorreram na região 31 vítimas mortais (31 em igual período do ano anterior) e 181 feridos graves (mais 15 do que anteriormente) – grande parte na EN125».

«Quanto ao ruinoso e obsceno contrato da Parceria Público-Privada (PPP) da A22, torna a situação das portagens ainda mais insustentável. Segundo a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP), a cobrança de portagens atingiu o valor de 14,8 milhões de euros no 1º semestre de 2017, receita que cobre apenas 43,5% do que o Estado tem de pagar à concessionária privada».

Ou seja, «o Estado teve de desembolsar mais 19,2 milhões para perfazer os 32 milhões que a concessionária recebeu. São cerca de 40 milhões que, anualmente, são subtraídos aos contribuintes e que vão direitinhos para encher os bolsos dos privados», diz.

«Os deputados do PSD, do CDS e, muito em particular, do Partido Socialista, têm agora uma boa oportunidade para abolir as portagens na discussão do Orçamento de Estado, juntando-se aos outros deputados das restantes forças políticas parlamentares», diz a CUVI.

Por isso, «qualquer solução que passe pela eliminação das portagens na região sem demora, mesmo com alguns constrangimentos, será invariavelmente bem melhor do que a manutenção dessas mesmas portagens. As consequências muito negativas estão bem à vista de todos».

«O Algarve não merece tanta afronta, injustiça e discriminação por parte dos governantes», conclui.

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