Museu de Portimão prepara-se para receber exposição da obra do Nobel alemão Günter Grass

A exposição “Günter Grass: Encontros”, com desenhos, aguarelas, gravuras e esculturas do artista plástico e também escritor, poeta e dramaturgo […]

A exposição “Günter Grass: Encontros”, com desenhos, aguarelas, gravuras e esculturas do artista plástico e também escritor, poeta e dramaturgo alemão, que em 1999 ganhou o Prémio Nobel da Literatura, abre no dia 8 de Dezembro, às 16h00, no Museu de Portimão.

Nascido a 18 de Outubro de 1927, na atual Polónia, Günter Grass desenvolveu com Portugal, nos anos 80 e em concreto com a freguesia da Mexilhoeira Grande, lugar que escolheu para lhe servir de retiro e inspiração, uma relação muito rica e diversificada.

Foi no isolamento do país à beira mar plantado que o artista encontrou, na sua casa algarvia, a paz muitas vezes perdida na Alemanha. Aqui, conseguiu trabalhar intensamente em novos textos, imagens ou esculturas ou simplesmente “não fazer nada” e desfrutar do sol, do campo e das especialidades culinárias de Portugal.

«Achados, como conchas, molas, pedras das praias do Algarve, foram incluídos no trabalho, como mostra esta exposição, de forma impressionante», explica o Museu de Portimão.

Günter Grass tinha uma casa entre o Vale das Eiras e o Carriçal, na freguesia da Mexilhoeira Grande (Portimão), desde os anos 80. Foi uma casa que o próprio escritor desenhou e construiu, no local onde antes existia um velho monte agrícola semi arruinado, entre alfarrobeiras e figueiras retorcidas.

Os peixes algarvios, tantas vezes representados na obra de Grass

Ali, rodeado pelo silêncio da natureza, entrecortado apenas pelo ruído dos animais, sem televisão, Grass passava longas temporadas em especial na Primavera e no Outono, com a sua numerosa família e com os amigos. Aí se ocupava a escrever, a desenhar, a rever textos.

Mas a mais longa e visível ligação de Grass ao Algarve deu-se através do Centro Cultural de São Lourenço, em Almancil, onde apresentou livros e expôs por diversas vezes.

Com dezenas de exposições realizadas no Algarve, nomeadamente no já desaparecido Centro Cultural de São Lourenço, Günter Grass enriqueceu ativamente a vida cultural portuguesa e manteve com o escritor português, José Saramago, galardoado um ano antes com o Prémio Nobel de Literatura, uma amizade duradoura.

No final da sua vida, Grass lamentava não poder viajar para Portugal por motivos de saúde, escrevendo no seu último livro, “Vonne Endlichkait”, “Ah, meu Portugal perdido, como sinto falta da tua costa sudoeste”. Grass morreu em Abril de 2015.

A exposição que traz a público um vasto conjunto de desenhos, aguarelas, gravuras e esculturas do artista plástico é um projeto do Goethe-Institut Portugal e da Fundação Günter e Ute Grass, em colaboração com o Günter Grass Haus, o Museu e o Município de Portimão e conta com o apoio da Embaixada da República Federal da Alemanha, da Associação São Bartolomeu dos Alemães em Lisboa e da Niepoort.

A exposição poderá ser visitada até 4 de Março às terças-feiras, das 14h30 às 18h00, e de quarta-feira a domingo, das 10h00 às 18h00.

Comentários

pub