Loulé vai ter taxa turística de 1 euro a partir de 2019 para pagar fundo ambiental

Os detalhes «ainda estão por afinar», mas já é certo que, a partir de 2019, Loulé vai aplicar uma taxa […]

Os detalhes «ainda estão por afinar», mas já é certo que, a partir de 2019, Loulé vai aplicar uma taxa turística de 1 euro por cada dormida. O objetivo é constituir um fundo para a sustentabilidade ambiental e turística e usar o dinheiro quer no reenchimento das praias do litoral do concelho, quer para fazer face a «prejuízos decorrentes de incêndios ou cheias». 

A garantia do avanço desta medida foi dada por Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, esta sexta-feira, 24 de Novembro, no seminário “Adapt.Local.17 – Adaptação Local às Alterações Climáticas”, a decorrer em Vilamoura.

«O concelho de Loulé tem cerca de 2,5 milhões dormidas anualmente e esta será uma fonte de receita que não pesa a cada um dos turistas, mas pode ser decisiva para fazermos face às manifestações climáticas extremas», disse Vítor Aleixo, entrevistado pelo Sul Informação.

Quanto às praias do litoral do concelho, «já sabemos que precisam, periodicamente, de ser reenchidas», disse o autarca. No que toca às inundações, ainda em Novembro de 2015, Quarteira viveu uma situações destas.

Questões como se a taxa será aplicada à chegada dos turistas ao concelho ou à saída estão ainda por limar. «Há pormenores que vão ser estudados ao longo de 2018», explicou Vítor Aleixo.

A decisão de avançar com esta medida foi «ponderada, mas, tendo em conta o fim a que se destina», o edil louletano tem a expetativa de que «vai ser bem aceite pelos empresários do turismo e hotelaria».

Este fundo para a sustentabilidade ambiental e turística será ainda alimentado «através de uma participação variável no saldo transitado da conta de gerência da Câmara do ano anterior», adiantou Vítor Aleixo.

Na opinião do edil, «negar a evidência de que o clima está a mudar é cada vez mais difícil», pelo que os autarcas têm «um papel importante» para fazer face à questão das alterações climáticas.

Opinião semelhante tem José Paulino, da Agência Portuguesa do Ambiente, que, em conjunto com Vítor Aleixo, participou na sessão de abertura do seminário “Adapt.Local.17 – Adaptação Local às Alterações Climáticas”. «Nenhum município está imune às alterações climáticas», disse.

O seminário, que decorre em Vilamoura até às 17h30, junta especialistas nacionais e internacionais em adaptação às alterações climáticas que estão a discutir estas questões e a participar em workshops.

Esta Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas (Adapt.Local) já junta «cerca de 30 municípios» portugueses. Vítor Aleixo é o presidente do Conselho Coordenador da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas.

Uma das últimas adições à rede é Lagos, que entrou esta quinta-feira. No Alentejo, Odemira é um dos municípios que também fazem parte da iniciativa.

O objetivo deste projeto é «aumentar a capacidade dos municípios em incorporar a adaptação às alterações climáticas nas suas políticas, instrumentos e intervenções, através da facilitação da troca de experiências entre instituições, técnicos e especialistas e da capacitação das autarquias locais».

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