Alunos foram à Culatra, visitaram a pradaria marinha e agora vão ilustrar um livro

Podia ter sido só mais uma visita de estudo, mas a passada terça-feira, 21 de Novembro, foi, sem dúvida, um […]

Podia ter sido só mais uma visita de estudo, mas a passada terça-feira, 21 de Novembro, foi, sem dúvida, um dia diferente para cerca de 60 alunos das escolas EB1 da Penha e EB 2,3 de Santo António, de Faro. Na ilha da Culatra, visitaram a pradaria marinha para depois desenharem o que encontraram. O objetivo? Ilustrar o livro “Formosa”, da autoria de Cátia Freitas, investigadora do Centro de Ciências do Mar (CCMar) da Universidade do Algarve (UAlg), a ser publicado em breve. 

«Professora, vamos tirar umas férias aqui!». A frase, dita por um dos alunos enquanto ia passeando pela Culatra, espelha o entusiasmo com que foi vivida esta visita de estudo.

O dia começou com uma visita à pradaria marinha da Culatra, importante, por exemplo, porque liberta oxigénio e fixa dióxido de carbono, e onde há três espécies de ervas marinhas: Zostera noltii, Cymodocea nodosa e Zostera marina.

Depois, o polidesportivo da Culatra transformou-se num verdadeiro centro de artes. É que, com base na história “Formosa”, de Cátia Freitas, que fala das ervas marinhas da Ria Formosa, todos tiveram de ilustrar partes do conto.

«Acho muito importante que se passe informação às crianças. Daí achei que esta história seria a maneira mais fácil para passar conhecimento e captar a atenção deles. Mais do que uma palestra, por exemplo», explicou Cátia Freitas, ao Sul Informação, enquanto, atarefada, ia dando ajuda aos alunos.

«A ideia é abordar os problemas que existem e dar a conhecer os benefícios que estes ecossistemas trazem ao Homem», acrescentou. Tudo «de maneira lúdica e com um vocabulário acessível».

Mas este não foi o primeiro contacto dos alunos, das turmas 5ºE, 3ºA e 4ºA, que foram acompanhados, durante o dia, pelas professoras Guiomar Figueiredo, Teresa Faísca e Celina Padrão, com a história.

Antes da ida à Culatra, Cátia Freitas e Tainá Fonseca, brasileira e investigadora do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da UAlg, que está a colaborar nestas iniciativas, visitaram as duas escolas, para a contar. O objetivo é, também, ir a outras escolas, no futuro.

Apesar de não ter escrito o livro, Tainá também tem um papel importante. É que, nestas iniciativas com Cátia Freitas, a investigadora do CIMA aborda uma questão que está ligada àquilo que é contado em “Formosa”.

«Eu falo da poluição marinha. São dois temas que encaixam muito bem e, como eu tinha vontade de fazer um projeto para a comunidade, juntei-me à Cátia», explicou, em conversa com o Sul Informação.

Bárbara Mendes, aluna do 5º ano da Escola EB 2,3 Santo António, foi uma das alunas mais interessadas nas atividades. «Está a ser muito divertido. Temos de preservar o planeta porque senão vai ser muito complicado viver com tanto calor», disse ao Sul Informação, enquanto ia desenhando.

De canetas de feltro em punho, os alunos aplicaram-se muito nos seus desenhos. Houve quem desenhasse cavalinhos marinhas, peixes e… ecopontos. De entre todas as ilustrações, vão agora ser escolhidas 21 para o livro.

«Não vamos mudar nada no que eles desenharam. As imagens apenas vão ser digitalizadas. Os retoques a fazer estão apenas relacionados com, por exemplo, colocar o desenho na zona correta da página», explicou Cátia.

A professora Helena Barracosa, da Escola Secundária João de Deus, também participou nesta iniciativa, que se realizou no âmbito do projeto REASE (Rede de Educação Ambiental para os Serviços dos Ecossistemas) e teve apoio da Câmara de Faro.

Aliás, foi este projeto que deu a ideia para se escrever esta história – e vai pagar, também, os custos inerentes à publicação do livro.

Enquanto ia assistindo aos jovens alunos em pleno processo criativo, Helena Barracosa confessou, ao nosso jornal, que «tudo isto, sejam ervas marinhas ou búzios, é novo para muitos deles».

Terminados os desenhos, Cátia Freitas estava visivelmente contente. «Estou tão feliz com os resultados. Por mim usava todos!», disse, entusiasmada.

A data da publicação do livro ainda não está definida. «Depende dos tempos da gráfica, mas espero que seja o mais rápido possível», concluiu, sorridente.

 

Fotos: Helena Barracosa e Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 

Comentários

pub