Almargem «lamenta irresponsabilidade» da Direção Regional de Agricultura na «destruição da paisagem mediterrânica»

A Associação Almargem «lamenta a irresponsabilidade» da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAPAlg) ao «permitir a destruição […]

Foto de arquivo

A Associação Almargem «lamenta a irresponsabilidade» da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAPAlg) ao «permitir a destruição da paisagem mediterrânica tradicional do Algarve», já estando «a preparar uma queixa à UNESCO».

Em causa está a «crescente substituição de zonas de pomares de sequeiro tradicionais por cultivos intensivos, nomeadamente de abacateiros».

Tal leva a que a Almargem já esteja então a «preparar uma queixa à UNESCO, no contexto da integração do Algarve na área classificada como património cultural da humanidade da Dieta Mediterrânica».

Fernando Severino, diretor regional de Agricultura, disse, em entrevista ao jornal “Barlavento”, que «temos de mexer no pomar tradicional e há espaço para tudo». «As alfarrobeiras são arrancadas para dar lugar a outras culturas, quer seja abacate, quer seja citrinos», acrescentou.

Por exemplo, numa área a oriente do Barão de S. João, em Lagos, há três anos, alerta a Almargem, « foram arrasados sobreiros e outras espécies autóctones, para aí instalar a maior plantação de abacates da Europa», da empresa “CITAGO”, com 76 hectares.

Esta é uma circunstância que, «a ser verdade, o será certamente por muito pouco tempo, tendo em conta a febre causada por este novo ouro verde a nível mundial, que até já provocou a entrada no negócio dos cartéis de droga latino-americanos», diz a Almargem.

De acordo com a associação ambientalista, alguns dos residentes locais queixaram-se ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR «que, de forma competente, como é hábito, atuou em conformidade e possibilitou o avanço de um processo relativo ao abate de sobreiros mas que, alegadamente, resultou apenas numa reduzida coima à empresa».

Segundo a Almargem, agora «a “Citago” está empenhada em ampliar a plantação de abacates para mais 50 hectares, igualmente ocupados por espécies autóctones, atingindo as vizinhanças do campo de golfe de Espiche, cujo lema central afirma estar “inserido na natureza intacta do local”».

«A natureza “intacta” não inclui certamente herbicidas como o perigoso glifosato (neste caso da marca Montana Sapec) e diversos inseticidas utilizados pela Citago que, nos últimos anos, provocaram uma baixa significativa de insetos e aves em toda a região, nomeadamente borboletas e andorinhas», denuncia a associação.

Além disto há «o aumento do consumo de água armazenada nos aquíferos subterrâneos», conclui.

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