Rui André reivindica mais competências para as Câmaras Municipais na gestão da floresta

«Monchique tem uma aposta estratégica na floresta, vista não só enquanto produção primária, mas também como suporte de um turismo […]

«Monchique tem uma aposta estratégica na floresta, vista não só enquanto produção primária, mas também como suporte de um turismo de qualidade e ao longo de todo o ano», salientou Rui André, presidente da Câmara de Monchique, no seu discurso de tomada de posse, na passada sexta-feira à noite.

«A nossa atividade económica depende, em grande parte, da floresta, e daí todo o trabalho que temos feito nos últimos anos, em alguns casos inédito, com os bombeiros, com o exército, com as associações de caçadores e a Aspaflobal. Mas é preciso fazermos ainda mais na floresta portuguesa», defendeu o autarca social-democrata.

Por isso, sublinhou Rui André, voltando a um tema que já tem abordado noutras ocasiões, «queremos mais competências na área da gestão do território, em especial na floresta».

Na cerimónia, que decorreu no exíguo e apinhado salão nobre da Câmara de Monchique no passado dia 20, tomou posse Rui André, para o seu terceiro e último mandato à frente desta autarquia, bem como os vereadores: Arminda Andrez e José Chaparro (novo elemento da vereação), todos do PSD, e ainda Paulo Alves e Humberto Sério (também novidades), do PS.

Na Assembleia Municipal, as eleições de 1 de Outubro passado deram seis deputados municipais para o PSD e outros tantos para o PS, cuja votação subiu de forma expressiva, bem como dois lugares para o grupo dos «Cidadãos por Monchique» e um para a CDU. Ora, tendo em conta que os socialistas ganharam ainda duas Juntas de Freguesia (Alferce, com José Pereira, e Monchique, com José Gonçalo Nobre), contra apenas uma dos social-democratas (Marmelete, com Marta Martins), isso significou que o PS ficou em vantagem.

E acabou por ser um socialista (Carlos Almeida, presidente da Concelhia local do PS) a ser eleito para a presidência da Assembleia Municipal, acompanhado por Ana Cristina Nunes (1ª secretária) e Sílvia Duarte da Silva (2ª secretária).

Com uma Assembleia Municipal que lhe poderá ser hostil, pela segunda vez em três mandatos (a primeira tinha sido em 2009/2013), Rui André usou o seu discurso para apelar ao «consenso» e ao «trabalho em conjunto».

Isso mesmo foi corroborado pelos representantes do PS. Paulo Alves, novo vereador socialista, defendeu que o mandato seja pautado pela «existência de um diálogo construtivo, educado», para «construir pontes de entendimento». Prometeu mesmo «uma oposição construtiva, transparente, comunicativa e atenta».

Voltando aos seus projetos, o presidente da Câmara reeleito anunciou a intenção de, neste mandato de 2017 a 2021, «reconverter, melhorar e recuperar o património municipal», nomeadamente a «rede viária», parte dela «construída há muitos anos».

Prometeu ainda «continuar a investir na área social», com a manutenção dos «apoios sociais», muitos deles desenhados para atrair e segurar no concelho as famílias mais jovens, bem como com a continuação da aposta em «equipamentos sociais», para os jovens e os menos jovens. Com isso, considerou, «também estamos indiretamente a criar postos de trabalho, a fixar pessoas».

Na área da Educação, «temos projetos inovadores, audazes», garantiu. Mas, advertiu o edil, «nem tudo são rosas: há a necessidade de fazer investimentos muito importantes, na requalificação da Escola EB 2,3 e na Escola EB1 de Marmelete». Serão obras «a lançar em breve».

O autarca salientou também que «a estratégia de promoção do nosso turismo, como o topo do Algarve, com uma oferta complementar ao turismo do litoral, está a dar frutos». «Quando cheguei à Câmara, em 2009, não havia nenhuma unidade de turismo rural, agora há cerca de noventa», disse.

«Fizemos uma aposta estratégica no turismo de Natureza, de bem estar, espiritual, na nossa gastronomia», enumerou. De tal forma que, no próximo fim de semana, «Monchique irá acolher um encontro mundial de mindfulness, que trará cá os maiores operadores turísticos desse setor», revelou.

Sublinhou igualmente a intenção do novo executivo de fomentar o investimento, aproveitando «o quadro favorável que neste momento se vive no Algarve e no país».

Por outro lado, salientou Rui André, «Monchique é hoje um exemplo para muitas coisas, é convidado a nível nacional para ir mostrar os projetos que tem», como o Plano Geriátrico.

A terminar, o presidente da Câmara frisou: «a montanha adormecida que encontrámos quando aqui chegámos hoje é uma montanha dinâmica e ativa».

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

 

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