Requalificação urbana e habitação social são prioridades de Rogério Bacalhau para Faro

Rogério Bacalhau foi reeleito em Faro com maioria absoluta e planos não lhe faltam para a aproveitar. O presidente da […]

Rogério Bacalhau foi reeleito em Faro com maioria absoluta e planos não lhe faltam para a aproveitar. O presidente da Câmara da capital algarvia já fez saber quais são as suas prioridades para o novo mandato, que passam por intervenções de fundo na zona ribeirinha e no centro da cidade, mas também pela criação «de 98 novos fogos de habitação social».

O novo mandato de Rogério Bacalhau enquanto presidente da Câmara de Faro começou oficialmente ontem, dia 11 de Outubro, durante a cerimónia de tomada de posse dos eleitos para os órgãos autárquicos de Faro, que teve lugar no Teatro das Figuras.

A sessão, que nem sequer se previa que pudesse ter uma grande história, acabou por ficar marcada pela eleição do socialista Luís Graça para presidente da Assembleia Municipal de Faro, depois da lista apresentada pela coligação Faro no Rumo Certo (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), que propunha Cristóvão Norte, ter tido apenas 13 votos, quando há 14 deputados municipais da coligação liderada pelos social-democratas.

Esta situação, que incomodou de forma visível os eleitos pelo PSD, não foi referida por Rogério Bacalhau no seu discurso de Tomada de Posse. Ainda assim, o autarca farense não deixou de mandar farpas a socialistas – neste caso, os que compõe o Governo.

«No último ano, o Governo PS tentou interferir com as eleições no Concelho de Faro. De repente, as portas fecharam-se para nós, deixaram de atender os nossos telefonemas e de responder às nossas missivas», acusou.

Uma situação que, acredita, vai mudar com o final do período eleitoral. Aliás, este reatar de boas relações com o poder central é fundamental para os planos de Rogério Bacalhau para os próximos quatro anos.

«Temos alguns grandes projetos, que é preciso convencer o Governo a avançar com eles. Estou a falar na frente ribeirinha, na qual se tem de pegar desde o Parque Ribeirinho até à Doca de Faro, a própria doca e o Cais Comercial, todas elas questões que muito afetam o concelho», disse aos jornalistas, à margem da sessão de tomada de posse.

«Com estas três áreas revitalizadas, o concelho seria totalmente diferente», defendeu.

Apesar destas serem zonas tuteladas pelo Governo, a Câmara de Faro vai «tentar influenciar, apresentando projetos e ajudando a decidir».

Já no que toca a medidas que podem ser tomadas diretamente pela autarquia, Rogério Bacalhau salienta a continuação do programa Faro Requalifica, cuja 3ª fase perdurará até final de 2017 e conhecerá «uma 4ª fase, a lançar no início de 2018».

Além da reabilitação da rede viária, o objeto da maioria das empreitadas realizadas no âmbito dos sucessivos programas lançados pela autarquia, há a intenção de fazer ciclovias «da cidade até à Praia de Faro e também entre Faro e Olhão, projeto que está a ser feito em coordenação com a Águas do Algarve».

Mas a grande obra, «que deverá demorar mais do que um mandato», é a requalificação que o atual executivo quer fazer na Avenida da República, «desde o Largo de São Francisco até à Estação da CP, ou mesmo até ao Teatro das Figuras».

«Este é um projeto grande que irá levar algum tempo a desenvolver e, depois, a executar. A ideia é requalificar toda aquela zona, que ao longo de décadas foi tendo pequenas intervenções e hoje não tem coerência nenhuma, não tem conforto, nem atratividade, mas que acaba por ser a montra do concelho», explicou.

Outra bandeira será o plano «Faro Acessível», algo que o edil farense garante querer implementar. «Temos uma população a envelhecer e a mobilidade no concelho, em particular na cidade, está a tornar-se difícil, devido a sinais e passadeiras mal colocadas e por causa de passeios que não têm conforto absolutamente nenhum», ilustrou.

Além disso, ao apostar num concelho de Faro mais acessível, a Câmara quer fazer da capital algarvia «uma referência internacional nessa área, já que há um nicho turístico com pessoas com mobilidade reduzida que escolhem ir para onde têm mais facilidade em se movimentar».

Rogério Bacalhau também anunciou a intenção de construir mais fogos de habitação social, uma necessidade que considera premente, já que esta «é, hoje em dia, uma área complicada».

«Temos três terrenos onde dá para fazer mais 98 fogos, com projeto de arquitetura já feito. Vamos avançar nesses terrenos, dois dos quais na Estrada Nossa Senhora da Saúde, perto do bairro de habitação a custos controlados, e um terceiro no Alto de Santo António», disse.

Apesar das muitas ideias e intenções, Rogério Bacalhau garantiu que o seu executivo não vai derivar do caminho que começou a trilhar em 2009, numa altura em que o presidente da Câmara ainda era Macário Correia.

«O rigor nas contas e a gestão cuidadosa são para manter. (…) A nossa intenção é consolidar a recuperação financeira da autarquia», disse o presidente da Câmara de Faro.

Faro teve tomada de posse com muitas estreias

Ficou Rogério Bacalhau, o presidente, e Paulo Santos, o seu vice. De resto, todos os vereadores que tomaram posse ontem em Faro são caras novas. Também inédita é a presença de um deputado do PAN na Assembleia Municipal de Faro.

Na Câmara, a coligação Faro no Rumo Certo, que venceu as eleições com maioria absoluta conta, ainda, com os vereadores Sophie Matias, Adriano Guerra e Carlos Baía. Do lado do PS, tomaram posse quatro vereadores: António Eusébio, Dália Paulo, Carlos Sengo da Costa e Carlos Gordinho.

A sessão que decorreu ontem no Teatro das Figuras também serviu para dar posse aos membros eleitos para a Assembleia Municipal. Neste caso, a coligação liderada pelo PSD viu ser empossados 12 elementos que faziam parte da sua lista, a mais votada nas eleições, e dois presidentes de junta (Montenegro e Faro – Sé e São Pedro).

Já do lado do PS, tomaram posse 11 deputados municipais eleitos diretamente e um presidente de Junta (Conceição e Estoi).

A CDU elegeu dois elementos nas suas listas e conta ainda com um terceiro deputado neste órgão, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Bárbara de Nexe. Também o Bloco de Esquerda e o PAN, uma estreia, estão representados por um deputado municipal cada.

 

Fotos: Hugo Rodrigues|Sul Informação

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