“Os Sons Daqui” mostram Alcalar com «um outro olhar»

A iniciativa “Os Sons Daqui”, em que o público será convidado a descobrir um outro olhar sobre os Monumentos Megalíticos […]

A iniciativa “Os Sons Daqui”, em que o público será convidado a descobrir um outro olhar sobre os Monumentos Megalíticos de Alcalar, em Portimão, realiza-se esta sexta-feira, 22 de Setembro, das 19h18 às 21h00.

«Ao lusco-fusco, na passagem do dia para a noite, na data do Equinócio de Outono, os Monumentos Megalíticos de Alcalar abrem as suas portas à população, para observar a despedida do Verão e a mudança da estação, da luz e do tempo», explica a organização.

«O público é convidado a fazer um percurso que desvenda um outro olhar sobre este monumento e sobre o espaço que o cerca, um olhar sonoro e visual que transforma a experiência com o espaço e constrói uma ponte entre o passado imutável das pedras e o presente/futuro tecnológico, através dos efeitos audiovisuais sob a forma de instalação/performance, pensada e desenhada especificamente para este local e para este dia», acrescenta.

A experiência terá a duração de cerca de duas horas, onde livremente o público entra e sai do recinto.

O projeto “Os Sons Daqui” centra-se numa intervenção multimédia, organizada especificamente para cada monumento, com base numa recolha prévia de elementos locais que são integrados na performance visual e sonora a acontecer em cada um dos espaços históricos.

É que a segunda acção irá decorrer na Ermida de Guadalupe, em Vila do Bispo, no dia 2 de Dezembro.

Os elementos recolhidos partem de uma abordagem direta à comunidade que habita em torno do monumento, explorando os conceitos da ​população acerca deste, através de entrevistas e depoimentos, que permitam coletar material de forma a construir depois uma malha sonora com essas gravações.

Esta informação tem como objectivo «compilar o que, intuitivamente e partindo do conhecimento empírico, mitológico e filtrado através dos tempos e gerações, gera a impressão, ideia e relação popular com o sítio em questão», explica a organização.

Assim trata-se de uma abordagem sócio-etnográfica em contraponto e em desafio saudável com a visão científica da arqueologia. Além destas impressões sonoras gravadas, serão também recolhidas imagens de detalhes do próprio monumento e da sua envolvência que servirão depois para a projeção da textura cromática.

Assim se cria «o som do espaço, uma experiência sensorial auditiva e visual a partir da fisicalidade do monumento e da envolvente social, com uma abordagem contemporânea e multidisciplinar: som, vozes, frequências e imagens da envolvente projetadas de forma a criar uma ambiência única e estimulante, trazendo as novas tecnologias para dentro de um espaço megalítico».

O projeto SONDA com “Os Sons Daqui” procura encontrar esses resquícios dos efeitos da globalização na forma como as pessoas olham e sentem o espaço e o transmitem, na história circundante do monumento, naquilo que é daqui, que veio de lá e que ficou – através de uma forma sensorial e contemporânea, com recurso ao som, à imagem e a gadgets tecnológicos – ferramentas que são, na sua essência, um veículo na continuação e transmutação da globalização.

Neste projeto, Pedro Glória explora principalmente sonoridades electro-acústicas. Boa parte do seu trabalho experimental baseia-se na pesquisa quase laboratorial do som enquanto elemento físico, buscando os efeitos acústicos nos espaços, nos objetos, nas pessoas e no meio.

Os equipamentos utilizados são: geradores de frequências, ​loop station, sintetizador-teclado vintage, computador, gravador digital, telemóvel e tablet – novas tecnologias ao serviço da criação artística e num diálogo com o património histórico.

Esta iniciativa é produzida pela Rizoma Lab e Luísa Batista e enquadrada no DiVaM, o programa de Dinamização e Valorização dos Monumentos da Direção Regional de Cultura do Algarve.

Comentários

pub