Algarve vai ter programa-piloto de reabilitação respiratória de doentes pulmonares crónicos

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve vai lançar em Outubro um programa-piloto de reabilitação respiratória nos Centros de […]

Crédito: Depositphotos

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve vai lançar em Outubro um programa-piloto de reabilitação respiratória nos Centros de Saúde de Tavira e VRSA, para garantir uma resposta de reabilitação ao nível dos Cuidados de Saúde Primários a quem seja diagnosticado com Doenças Pulmonares Obstrutivas Crónicas (DPOC).

O anúncio deste novo programa foi feito por Paulo Morgado, presidente da ARS do Algarve, durante a sessão que serviu para apresentar os resultados do projeto-piloto de implementação de uma rede de espirometrias nos Cuidados de Saúde Primário, que está a ser desenvolvido desde o final do ano passado no Algarve e no Alentejo.

Entre Dezembro de 2016 e Julho de 2017, os Centros de Saúde do Algarve realizaram 1665 exames de espirometrias, «das quais 63,1% são normais e 23,8% apresentavam padrões obstrutivos», segundo Paulo Morgado.

É para garantir que esta fase de diagnóstico tem continuidade «com a reabilitação destes doentes» que será lançado este programa-piloto, que será levado a cabo «em estreita articulação com o Serviço de Pneumologia do CHUA, que irá fazer um estudo científico com base nestes doentes».

«Durante o ano de 2018 queremos estender este programa de reabilitação respiratória a todos os Agrupamentos de Centros de Saúde do Algarve», acrescentou o presidente da ARS algarvia.

Este passo é dado após serem conhecidos os resultados do projeto da rede de espirometrias no Algarve e no Alentejo.

Segundo a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, foi possível, desde o lançamento do projeto, «reforçar a prevenção e o diagnóstico precoce das DPOC e garantir um tratamento adequado e articulado entre os cuidados de saúde primários de proximidade e os cuidados de saúde hospitalares».

Cristina Bárbara, diretora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, considerou, durante a sessão de apresentação de resultados, que os resultados apontam para «um enorme avanço na acessibilidade à espirometria de uma forma internalizada».

«O relatório deste ano apresenta um balanço muito positivo, aponta para uma redução significativa dos internamentos das doenças respiratórias crónicas, particularmente da ASMA e DPOC, e para um grande incremento da capacidade diagnóstica destas duas patologias ao nível dos cuidados de saúde primários», elencou.

Nas duas regiões-piloto, foram realizados «mais de 3 mil exames, o que aumenta muito a probabilidade de identificar os doentes numa fase mais precoce e começar a tomar medidas, nomeadamente, preventivas, como sejam a vacinação para a gripe, a terapêutica adequada e a cessação tabágica».

«Queremos mais e melhor diagnóstico, queremos mais e melhor tratamento, queremos mais e melhor prevenção e que isso conduzirá a menos internamentos e menos mortalidade. Estamos a fazer mais consultas de cessação tabágica, temos consultas em todos os ACES. Estamos a apostar que os nossos doentes com estas patologias possam viver mais e melhor durante mais anos», disse, por seu lado, Paulo Morgado.

Fernando Araújo, secretário de Estado e Adjunto da Saúde, que presidiu à sessão, elogiou o trabalho desenvolvido por todos os profissionais de saúde envolvidos neste programa, destacando «o sucesso muito elevado no Alentejo e no Algarve» onde «houve um aumento de cerca de 600% de espirometrias realizados».

Para o membro do Governo este «é um valor extremamente significativo», que garante que «os doentes do Algarve e do Alentejo podem mais facilmente ser diagnosticados, orientados, tratados e ter melhor qualidade de vida».

«A espirometria é o exame disponível indicado para a confirmação do diagnóstico de DPOC e permite avaliar a gravidade da doença e orientar a adequada prescrição medica, o que se traduz numa redução de consultas, numa diminuição das necessidades de internamento hospitalar, em menor absentismo laboral e em melhor qualidade de vida do doente», enquadrou a ARS do Algarve.

Comentários

pub