Comer pão com manteiga de amêndoa do Algarve é…Nutural

«Individualmente, com pão, aveia, fruta, ou como topping de qualquer prato confecionado»: é assim que pode ser consumida a Manteiga […]

«Individualmente, com pão, aveia, fruta, ou como topping de qualquer prato confecionado»: é assim que pode ser consumida a Manteiga de Amêndoa do Algarve, um produto saudável, regional, que Miguel Rodrigues, um jovem farense, começou a produzir, em Setembro de 2016, na cave da sua casa, no centro de Faro.

Desde então, a Manteiga de Amêndoa do Algarve da Nutural já pode ser encontrada de Norte a Sul do país, sendo particularmente apreciada por quem se preocupa em manter uma dieta cuidada. No entanto, sendo um produto característico, também os turistas não perdem a oportunidade de levar para casa um dos frascos desta manteiga especial, seja cremosa, com pedaços de amêndoa, ou com figo e canela.

«No início, a ideia era fazer manteiga de amêndoa, simplesmente cremosa. Eu fazia musculação e tinha uma dieta cuidada e planeada, devendo ingerir fontes de gordura saudável. Comecei a preocupar-me a comer frutos secos e muitas amêndoas. Como os meus pais têm uma quinta em Castro Marim, com amendoeiras, comecei a comer dessas amêndoas e a levar para os meus amigos na Covilhã, onde estudava, que diziam que aquelas é que sabiam a amêndoa», contou Miguel Rodrigues ao Sul Informação.

Foi nessa altura que Miguel começou a consumir manteiga de amêndoa. «Era um produto desconhecido e foi aí que achei que fazia sentido criar uma manteiga de amêndoa do Algarve».

Depois de ter trabalhado como engenheiro aeronáutico em Tires, Miguel Rodrigues voltou ao Algarve, uma das condições essenciais para iniciar o seu negócio. «Comecei a trabalhar nisto em Setembro (de 2016) e comecei a vender a meio de Março, ou seja, faz quatro meses e meio. A ideia tinha surgido um ano e meio antes».

Se, no início, as amêndoas da quinta dos pais eram suficientes para consumo próprio, quando começou a produzir manteiga de amêndoa para vender Miguel teve de encontrar fornecedores, “embarcando” numa aventura pelo Algarve.

«Fiz uns papelinhos onde estava escrito “compro amêndoa doce do Algarve” – porque é necessário, para fazer manteiga, que seja doce – e distribuí, em Outubro. Aluguei uma mota e fiz 1250 quilómetros no Algarve, no espaço de uma semana, à procura de quem produzisse e de quem a transformasse, quem a partisse, porque só quem tem poucas amêndoas é que as parte em casa com martelo», explica.

O empreendedor encontrou os fornecedores necessários e, em quatro meses e meio, Miguel Rodrigues conseguiu arranjar pontos de venda um pouco por todo o país, sendo a maior concentração no Barlavento algarvio.

Em Loulé, está à venda no Bio(é)lógico, em Portimão está no Armazém Integral e na Mercearia do Algarve, em Lagos, pode ser comprada no Mar d’Estórias e, em Faro, na Tertúlia Algarvia, na Liquid, no Aqua Health Club e na Retratos da Aldeia. Já fora do Algarve, a Manteiga de Amêndoa do Algarve está à venda em Lisboa, em dois locais, em Coimbra e na Póvoa do Varzim.

O processo de fabrico é moroso e a capacidade de produção diária é de 25 frascos de 300 gramas, que «para já, têm sido suficientes para a procura. O stock tem ido muitas vezes abaixo, mas tem sido suficiente».

Tendo em conta os primeiros meses de atividade, Miguel Rodrigues diz que os seus principais clientes «são pessoas que evitam ter alimentos processados na sua alimentação, podem ser vegans ou vegetarianos, ou pessoas com uma dieta paleolítica, sobretudo mulheres entre os 25 e os 45 anos».

Segundo Miguel Rodrigues, a sua manteiga «está a ter boa aceitação. É um produto que desperta curiosidade. As pessoas estão a consumir cada vez mais a manteiga de frutos secos e produtos de alimentação saudável. Ao mesmo tempo, é um produto de origem algarvia e é um encontro de duas características que combinam bem».

Apesar de ter pensado nesta manteiga como um produto para quem se preocupa com uma alimentação saudável, o fundador da Nutural diz que «um dos sítios que está a vender mais manteiga é em Lagos, no Mar d’Estórias, que tem muitos compradores turistas. Aí vendem-se mais manteigas do que barritas [que Miguel Rodrigues também produz]. As barras, em revenda, custam 1,70 euros, é uma compra mais acessível, mas, nos revendedores, a manteiga custa entre 7 e 8 euros».

É a pensar neste tipo de cliente que Miguel Rodrigues está a preparar uma novidade: packs, com frascos mais pequenos, com três variedades de manteiga. «Quero fazer três frasquinhos, embalados em conjunto, com uma história, uma lenda, pode ser das amendoeiras em flor, por exemplo, para que seja vendido como produto regional. Acho que vai funcionar bem», vaticina.

Depois da manteiga e das barrinhas, vêm aí os “paleo-bombons”

Atualmente, a Nutural produz e vende manteiga de amêndoa e barrinhas de manga e caju, cacau e coco e canela e goji, mas Miguel Rodrigues tem novidades a caminho.

Além de um novo sabor para a manteiga, com coco, que deve estar à venda dentro de um mês, o empresário quer apostar num “paleo-bombom”.

«Serão figos recheados com manteiga de amêndoa. A ideia é mostrar que, no Paleolítico, já havia bombons e que eram assim: um fruto seco com manteiga de amêndoa», conclui.

 

Fotos: Nuno Costa|Sul Informação

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