Dissidente do PSD encabeça Grupo de Cidadãos Eleitores em (re)candidatura à Junta de Freguesia de Sagres

Luís Paixão, que é o atual presidente da Junta de Freguesia de Sagres e foi eleito pelo PSD, vai agora […]

Luís Paixão, que é o atual presidente da Junta de Freguesia de Sagres e foi eleito pelo PSD, vai agora recandidatar-se às Eleições Autárquicas de 1 de Outubro próximo, mas encabeçando um Grupo de Cidadãos Eleitores.

Tal como o Sul Informação já tinha revelado, este é o resultado do descontentamento dos social-democratas do concelho de Vila do Bispo em relação ao apoio dado pela Distrital do seu partido à candidatura, apresentada como independente, de Afonso Nascimento à Câmara Municipal daquele concelho do sudoeste algarvio. É que Afonso Nascimento foi eleito em 2013 como vereador, mas nas listas do PS, embora agora surja como independente, apoiado pelo PSD e pelo CDS, que assim prescindiram de apresentar candidaturas próprias naquele município.

Num comunicado enviado às redações e publicado na sua página de Facebook, Luís Paixão admite: «muitos devem estar a questionar-se porque me vou candidatar por um Grupo de Cidadãos Eleitores e não pelo partido pelo qual concorri mais de 24 anos consecutivos», o PSD.

E responde, com frontalidade: «faço-o porque não concordo com a estratégia adotada para as Autárquicas 2017 pelo PSD Algarve».

Esta sua «discordância», sublinha, «não tem a ver com questões pessoais, tem a ver com princípios dos quais eu não abdico, porque acredito que um partido político tem que se reger por princípios, por ideais e por valores».

«Um partido político não pode seguir as mesmas linhas orientadoras de uma equipa de futebol, em que contrata um jogador porque acha que com ele tem mais garantias de vitórias. Os dirigentes políticos não podem dirigir os partidos como se de futebol se tratasse, em dezembro um jogador está no clube A, fazendo tudo para derrotar o clube B, e em janeiro, com a abertura do mercado, passa a jogar no clube B, beija o emblema e diz que é desse clube desde pequenino, cada vez que muda de clube», acrescenta Luís Paixão.

O candidato considera mesmo que «são atitudes destas que descredibilizam cada vez mais a política. Sobre este assunto, vou colocar uma pedra em cima, não vou falar nem escrever mais, só se me derem motivos para mudar de opinião».

Denominado «Paixão por Sagres», o Grupo de Cidadãos Eleitores inclui «um grupo de pessoas, na maioria jovens, que gostam de Sagres e com muita vontade de trabalhar por esta terra».

O cabeça-de-lista salienta que «uma candidatura a uma Junta de Freguesia é uma tarefa coletiva, sou apenas um entre muitos, acredito no valor do trabalho de todos os que compõem a lista, porque todos têm Paixão por Sagres».

«Acredito que a discussão de ideias só vai trazer benefícios para Sagres, um líder não se pode cingir apenas às sua ideias, deve estar sempre disponível para ouvir a opinião de todos, porque em conjunto somos mais fortes», acrescenta. Daí que Luís Paixão faça questão de dizer que «o nosso grupo, apesar de já ser grande, não se encontra fechado, são bem-vindos todos aqueles que queiram dar o seu contributo em prol de Sagres, quer seja integrando a lista de candidatos ou assinando a lista de proponentes da nossa candidatura».

 

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