“Faina” de Portimão «quer muito» abrir no início de Julho

Abril era o mês previsto, mas «vários problemas» vieram alterar os planos. O futuro restaurante “Faina”, do Museu de Portimão, […]

Abril era o mês previsto, mas «vários problemas» vieram alterar os planos. O futuro restaurante “Faina”, do Museu de Portimão, ainda não tem data certa de abertura, mas o chef Emídio Freire, o principal responsável pelo espaço, «quer muito» que tal aconteça no início de Julho.

Em entrevista ao Sul Informação, o chef explicou que os problemas encontrados são «normais numa estrutura com nove anos». Apesar da localização privilegiada, mesmo junto ao Rio Arade, o espaço nunca esteve verdadeiramente a funcionar, pelo que o equipamento foi «utilizado esporadicamente», o que também não ajuda.

Por agora, e mesmo sem ainda ter aberto portas, as novidades que o “Faina” vai trazer àquele espaço já se notam. Por exemplo, no piso inferior do restaurante, há agora uma parede de tijolo de burro.

«A ideia é os clientes entrarem aqui e pensarem: “realmente isto faz parte do museu”. Por isso, queremos fazer essa aproximação», até através dos materiais e da decoração escolhidos, explicou Emídio Freire. José Gameiro, diretor científico do Museu, quer também que o restaurante seja «uma extensão» daquele premiado espaço museológico portimonense.

E como dar os primeiros passos nas lides do seu futuro “Faina” é importante, o chef preparou, esta segunda-feira, 19 de Junho, numa das cozinhas, petiscos para os participantes em mais uma Beta Talk, na qual o próprio Emídio Freire foi um dos convidados. Para a futura ementa da “Faina”, já há uma proposta gastronómica, um ceviche de garoupa com medronhos.

Neste – ou noutros pratos – o chef Emídio garante que irá sempre «buscar coisas do nosso ADN, dando-lhe uma volta contemporânea, ao nível da apresentação ou da introdução de algo diferente».

A vista a partir do futuro restaurante “Faina”

Também por isso, o passado conserveiro do Museu não será esquecido, quer nas ementas, quer numa pequena loja de venda de conservas que o piso inferior do “Faina” terá. «Já contactámos as Conservas Ramirez, que compraram a La Rose [cujas antigas instalações fabris são agora ocupadas pelo Museu de Portimão], mas também a Saboreal», revelou o chef.

Aliás, neste piso, o objetivo é ter um serviço de cafetaria e de cervejaria, com direito a refeições em latas ou marmitas.

Quanto ao piso superior, com vista panorâmica para o Rio Arade, a ideia é outra, tal como o Sul Informação já tinha noticiado. Haverá experiências gastronómicas, que irão sendo alteradas ao sabor dos produtos de cada época.

As remodelações no restaurante ainda vão começar, mas ideias não faltam. «Terá de ser algo mais conceptual. O local foi mal desenhado em termos de aproveitamento da área pública e técnica. Não parece um restaurante, mas uma sala de reuniões», considerou o chef Emídio.

Por isso, à direita de quem entra, haverá um balcão com vinhos e bebidas. Já à esquerda, o objetivo é ter um balcão e bancos altos, «para ires bebendo um copo enquanto esperas»… com vista para o Arade.

E as (futuras) surpresas não se ficam por aqui. Quase a meio da sala, uma das paredes da cozinha será prolongada «para as pessoas se sentirem menos expostas», explicou Emídio Freire. O dinheiro «não é muito», segundo o chef, mas «estamos à procura de ideias engraçadas».

O chef Emídio Freire, com os seus sócios Ana e Pedro

Com ou sem obras concluídas, já há uma certeza para começar a preparar os paladares. A salicórnia, uma planta halófita existente na Ria Formosa e em outros ambientes de sapal salgado, será utilizada no “Faina”.

É que Miguel Salazar, da empresa Agro-On, que produz e vende este produto, foi o outro participante da Beta Talk e o chef Emídio usou salicórnia nos petiscos, mostrando-se maravilhado com o ingrediente. Até porque a planta, sendo um substituto do sal, «é mais saudável», explicou Miguel Salazar.

No futuro “Faina”, haverá comida, bebida, mas também música. Um espaço deck, com esplanada, está a nascer no exterior do restaurante, à beira do Arade, mas quer ser mais do que isso. «A ideia é ter, principalmente, música, com algum DJ set ou grupos conhecidos. Vamos ter sempre a preocupação de animar culturalmente esta zona».

O chef Emídio não tem dúvidas: «é possível trazer mais pessoas para esta zona e para isso temos de quebrar o que está instituído, mostrar propostas novas. Vamos tentar espicaçar um bocado», concluiu.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

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