Um «fogo bom» vai incendiar Monchique e Aljezur

«Um fogo, no sentido bom», vai incendiar Monchique e Aljezur nos próximos dois fins de semana, durante o Festival Internacional […]

«Um fogo, no sentido bom», vai incendiar Monchique e Aljezur nos próximos dois fins de semana, durante o Festival Internacional de Artes Performativas, que vai encerrar a programação deste ano do projeto “Lavrar o Mar”.

Às Catedrais do Medronho, vão juntar-se marionetas, teatro, novo circo e música, o Rastilho vai voltar a acender-se e, em duas ocasiões, o fogo vai iluminar o Castelo de Aljezur.

Mas, mas como foi dito acima, este é «um fogo bom», um fogo que veio «incendiar as dinâmicas culturais» em Monchique e Aljezur, como explicou ao Sul Informação Madalena Victorino, uma das responsáveis do projeto “Lavrar o Mar”.

Desde que o mar começou a ser “lavrado”, em Monchique e Aljezur, às manifestações culturais destas duas vilas, juntaram-se outras, trazidas por Giacomo Scalisi e Madalena Victorino, às quais boa parte da comunidade não estava habituada.

 

Madalena Victorino

No entanto, segundo a coreógrafa, «o que criámos não veio substituir o que já existia. Criámos programação para juntar ao que já estava cá. Tanto que criámos eventos que se associaram ao Festival da Batata Doce, em Aljezur, ao Festival do Medronho, em Monchique, ou à passagem de ano».

A resposta da comunidade foi «muito interessante e houve uma imersão da população nas nossas propostas».

Aljezur e Monchique acolhem, durante boa parte do ano, artistas de várias áreas que ali residem, muitos deles estrangeiros. A criação cultural existia, mas era, muitas vezes, feita cada um para seu lado, pelo que, segundo Madalena Victorino, o “Lavrar o Mar” também ajudou a mudar isso.

«Os artistas conheciam-se, cruzavam-se no mercado, diziam bom dia ou boa tarde, mas nunca tinham trabalhado em conjunto. Esta foi a primeira vez que o fizeram. No Inverno, muitas vezes, estes artistas têm de sair daqui para trabalhar em cidades europeias, para ganhar algum dinheiro, porque não há muito a acontecer entre Outubro e Maio. Mas, desta vez, puderam trabalhar aqui e acho que pode ter sido criada uma dinâmica imparável para o futuro».

Uma dinâmica que, este ano, deu os primeiros passos e a intenção de Madalena Victorino e Giacomo Scalisi é que o “Lavrar o Mar” regresse no próximo ano e numa versão melhorada.

 

Rastilho

«É a primeira vez que estamos a trabalhar aqui e estamos a aprender muitas coisas. No  próximo ano, esperamos poder voltar a repetir o programa e melhorá-lo, porque já estamos mais habituados à dimensão do território, à sua natureza», acrescenta Madalena Victorino, na sua entrevista ao Sul Informação.

O Festival Internacional de Artes Performativas arranca oficialmente no dia 20 de Maio, em Aljezur, a partir das 21h00, com uma instalação de fogo, no Castelo de Aljezur, pela companhia francesa Carabosse, sendo que, logo de seguida, no Largo do Mercado, haverá música com Sofiane Saidi & Mazalda.

Nos dias 19 e 21 de Maio, é tempo de voltar a acender o Rastilho, mas, desta vez à noite e num local diferente. Este passeio, que é também um espetáculo de teatro físico, dança e música ao vivo, inicia-se no Corte do Sobro, no Serominheiro.

Ainda no primeiro fim de semana, entre sexta-feira e domingo, mas em Monchique, vai ser possível redescobrir o espetáculo itinerante Medronho, que alia o teatro ao ritual alquímico da destilação do medronho.

Em destaque nestes últimos dias de programação do “Lavrar o Mar”, estará ainda o teatro de marionetas com “Dans l’Atelier”, que vai lançar o desafio a crianças e adultos de brincarem com uma marioneta durante 18 minutos. Este espetáculo realiza-se nos dias 26 e 27 de Maio, em Aljezur, e no dia 28, em Monchique.

 

La Cosa

Também através de uma marioneta será contada a história de “Soleil Couchant” (O Sol a pôr-se). A companhia de teatro Tof Théâtre vai apresentar esta peça na Praia da Arrifana, nos dias 26 e 27 de Maio.

Carabosse volta a iluminar o Castelo de Aljezur com a luz natural do fogo, no segundo fim de semana do festival, no dia 27 de Maio, num espetáculo diferente daquele que é apresentado no dia 20. Desta vez, os participantes são convidados a entrar no seu interior, onde também haverá um espetáculo musical.

Já em Monchique, a Antiga Serração recebe dois espetáculos entre 26 e 28 de Maio. A partir das 19h00, La Cosa leva a este espaço o novo circo, numa atuação que tem como elemento central a madeira, aludindo ao passado do local. De seguida, apresenta-se o Petit Théâtre de Gestes, às 21h3o, num espetáculo que alia a magia do circo, do teatro de objetos, da dança e das marionetas.

A programação completa pode ser consultada aqui e os bilhetes para os vários espetáculos podem ser adquiridos aqui. E se quer mesmo ir assistir, trate de se despachar a comprar bilhetes, porque eles costumam esgotar depressa.

“Lavrar o Mar” é um projeto financiado pelo programa «365 Algarve» e pelas Câmaras Municipais de Aljezur e de Monchique.

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