Luciano Jesus demite-se do PS e admite candidatura independente à Câmara de Olhão

Luciano Jesus demitiu-se  do PS esta terça-feira, dia 30 de Maio, na sequência da polémica escolha dos candidatos socialistas aos […]

Luciano Jesus demitiu-se  do PS esta terça-feira, dia 30 de Maio, na sequência da polémica escolha dos candidatos socialistas aos órgão autárquicos de Olhão e admite liderar uma lista independente à Câmara olhanense, nas eleições de Outubro.

O até ontem presidente da concelhia de Olhão do PS e ainda presidente da Junta de Freguesia local bate com a porta por se sentir desconsiderado pela Federação do Algarve do PS, a quem acusa de «não ouvir as bases».

«Sou um homem assumidamente de esquerda e socialista, com historial familiar de ligação ao PS. Mas não posso compactuar com este tipo de postura, em que as bases do partido não valem nada», disse em entrevista ao Sul Informação Luciano Jesus.

O ex-presidente da concelhia de Olhão do PS fala mesmo em «total desautorização», que o deixou «de pés e mãos atados». E foi para recuperar a sua liberdade que decidiu sair não só da presidência da concelhia, como do próprio partido. «Sinto-me um homem livre, a lutar por Olhão», resumiu.

Apesar de, para já, não ter «nada assumido nem definido», Luciano Jesus admitiu que pondera uma candidatura à Câmara. «Houve várias pessoas dos mais diferentes quadrantes que vieram falar comigo e há grande vontade que eu encabece uma candidatura independente à Câmara», revelou.

Para já, o atual presidente da Junta de Freguesia de Olhão não se compromete com uma decisão, mas garante que tem «projetos bem pensados para Olhão», que poderão ser a base de uma eventual candidatura à Câmara, que será sempre independente e não por outro partido.

O processo que culminou com a demissão de Luciano Jesus começou com a avocação do processo de escolha dos candidatos autárquicos socialistas a Olhão pela estrututura distrital do partido. No início de Maio, o PS/Algarve chamou a si a decisão de nomear quem seria candidato a quê, neste concelho, num processo que foi conduzido por uma Comissão Técnica Eleitoral criada especialmente para o efeito, que, segundo aquilo que o presidente da Federação do Algarve do PS afirmou ao Sul Informação na altura, iria «ouvir todas as partes».

Algo que não aconteceu, garantem tanto Luciano Jesus como Esmeralda Ramires, que assumiu o cargo de presidente da Comissão Política do PS de Olhão com a saída daquele. O presidente da Junta de Freguesia de Olhão fala numa «decisão unilateral» da parte da comissão, que foi composta por Isilda Gomes, Luís Graça e Fernando Anastácio.

«Houve um alheamento [em relação à concelhia] da parte da comissão e do próprio presidente da Câmara, que, em duas semanas, não contactou connosco. Os membros da chamada troika limitaram-se a não atender os meus telefonemas e a não devolver as chamadas. Penso que isto diz tudo», considerou Luciano Jesus.

Já Esmeralda Ramires, na primeira nota de imprensa que assinou na condição de presidente do PS/Olhão, lamentou que, «sendo o PS um partido de liberdade e de democracia, esteja a ser objeto de procedimentos e decisões que não se compaginam com os valores de Abril, nem com os ideais socialistas e revelam desconsideração para com a Concelhia, reduzindo-a a mera caixa de ressonância em todo o processo autárquico».

A Comissão Técnica Eleitoral anunciou recentemente a sua decisão, que confirmou António Pina como recandidato à Câmara, indicou o nome do advogado António Cabrita como cabeça da lista socialista à Assembleia Municipal e pediu ao atual presidente que propusesse os cabeças-de-lista às diferentes freguesias do concelho.

O Sul Informação tentou falar com o presidente do PS/Algarve, mas não conseguiu até à hora de publicação desta notícia.

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