Erva marinha ajuda investigadores do CCMar a perceber melhor acidificação dos oceanos

Uma erva marinha ajudou um grupo de investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMar) do Algarve a descobrir a […]

Uma erva marinha ajudou um grupo de investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMar) do Algarve a descobrir a relação entre a expressão dos genes envolvidos na fotossíntese e na resposta ao stress ambiental (atividade antioxidante e desintoxicação de metais pesados) e a produtividade das plantas, sob níveis elevados de dióxido de carbono (CO2).

O trabalho dos cientistas do grupo ALGAE- Ecologia de Plantas Marinhas do CCMar, recentemente publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, vem dar nova perspetiva às investigações sobre acidificação dos oceanos, causada pelo aumento global de CO2.

Os investigadores do CCMar estudaram a resposta das ervas marinhas, neste caso da espécie muito abundante na Ria Formosa Cymodocea nodosa, a uma exposição de muitos anos ao dióxido de carbono, usando plantas que estão na vizinhança de fumarolas vulcânicas submarinas de CO2, na Ilha de Vulcano em Itália.

«Estas fumarolas existem em muitos oceanos e são muito utilizadas para avaliar os efeitos da acidificação da água do mar nos organismos e ecossistemas, precisamente porque permitem avaliar efeitos a longo prazo em ambientes naturais, que não se conseguem em experiências no laboratório», enquadrou o centro de investigação algarvio.

Apesar de, até agora, os estudos apontarem para «padrões consistentes entre a expressão genética e a produtividade das plantas, que aumenta em condições controladas de elevado CO2», as plantas que estão na vizinhança das fumarolas responderam de forma diferente, o que deixou «os cientistas surpreendidos».

«Ao contrário do esperado, a produtividade destas plantas é significativamente menor do que a das plantas de zonas de referência que não estão sob o efeito das fumarolas. Esta observação não é resultante de uma adaptação a longo prazo porque plantas de referência incubadas com a água das zonas de fumarolas também responderam negativamente, pelo que os investigadores especulam que outros fatores ambientais associados à emissão das fumarolas estão na base das observações. Uma consequência importante é que os resultados dos muitos trabalhos sobre a acidificação dos oceanos realizados em fumarolas submersas devem ser interpretados com cuidado», explicou o CCMar.

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