Água resultante da ETAR da Companheira vai ser utilizada na rega e lavagem de ruas

Os cerca de 47 mil litros de água tratada que todos os dias irão resultar da operação da futura Estação […]

Os cerca de 47 mil litros de água tratada que todos os dias irão resultar da operação da futura Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Companheira poderão ser utilizados para «rega, lavagem de ruas, alimentação de linhas de água e recarga de aquíferos», anunciou Joaquim Peres, presidente da empresa Águas do Algarve, durante a visita que o secretário de Estado do Ambiente fez, na segunda-feira, às obras daquela estrutura.

«Em vez de deitar fora, de rejeitar essa água, ela poderá ser usada na rega e em outros fins», garantiu aquele responsável.

Esta utilização, que desde sempre tem sido reivindicada pela Câmara de Portimão e pela sua Empresa Municipal de Águas e Resíduos (EMARP), foi considerada por Joaquim Castelão Rodrigues, vice presidente da autarquia portimonense, como «uma grande vitória».

O autarca salientou que a reutilização da água tratada «não estava inicialmente prevista no projeto», mas o administrador das Águas do Algarve explicou que se trata de «uma evolução do projeto». «O tempo vai abrindo novas janelas de oportunidade», reforçou Joaquim Peres.

«A água pode ser usada para rega e estará disponível para vós, para ser usada no parque temático ambiental» a ser criado à beira do Arade, na zona das atuais lagoas de tratamento de esgotos, que serão desativadas, acrescentou o presidente do Conselho de Administração das Águas do Algarve. Agora, acrescentou, tudo depende «do projeto para a utilização desta água tratada de forma mais inteligente».

João Rosa, administrador delegado da EMARP, que também acompanhou a visita às obras da nova ETAR, que vai começar a funcionar em Março do próximo ano, aproveitou para relembrar que «um sonho antigo da EMARP é que estas águas tratadas sirvam para a recarga de aquíferos», o que poderá ser «importante para o futuro da agricultura» na região, mas também para garantir «a rega dos campos de golfe». «É um desafio que deixo aqui ao secretário de Estado, para que se permita e estimule a utilização da água tratada na rega de campos de golfe, criando um tarifário especial», acrescentou João Rosa.

Joaquim Castelão Rodrigues, vice presidente da Câmara de Portimão, considera este anúncio como «uma grande vitória»

O secretário de Estado Carlos Martins logo respondeu ao desafio, sublinhando que «a reutilização destas águas é uma questão relevante», para mais quando o mundo está «confrontado com as alterações climáticas».

O governante disse que o Grupo Águas de Portugal, do qual faz parte a empresa Águas do Algarve, «criou um grupo a nível nacional para encontrar uma estratégia para a utilização destas águas tratadas».

Carlos Martins recordou que, no Algarve, muitos campos de golfe foram licenciados «na perspetiva da utilização da água de efluentes tratados», mas isso nunca se concretizou. Agora, as duas novas ETAR em construção na região – a de Faro/Olhão, que visitara de manhã, e a da Companheira, para servir Portimão, Lagoa e Monchique – «vão criar um panorama diferente».

«Trata-se do fecho lógico depois de um investimento desta natureza», salientou o secretário de Estado Carlos Martins. «Cumprindo os mais exigentes requisitos», a água que resultar da operação passará a ter «usos mais nobres», até para «potenciar a economia regional», disse o governante.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

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