Comprava as armas em Aveiro, transformava-as em Loulé, para as vender pelo país

Tudo começava numa empresa de Aveiro, a quem um português, de 55 anos, comprava online as armas (e os silenciadores). Depois, […]

Tudo começava numa empresa de Aveiro, a quem um português, de 55 anos, comprava online as armas (e os silenciadores). Depois, na sua casa, no concelho de Loulé, transformava tanto os silenciadores, como as armas de ar comprimido, em armas de fogo. Pelo meio, há outro suspeito, de 46 anos, de Viseu, também português, com quem mantinha contactos e que comprava material à mesma empresa. Na cauda da rede de tráfico de armas, havia um objetivo: a venda em Portugal.

Esta operação, a cargo do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé, que culminou com a apreensão, esta segunda-feira, dia 3 de Abril, de, por exemplo, 53 armas de ar comprimido e 200 silenciadores, começou com a suspeita de transformação de armas por parte do suspeito louletano.

Depois chegou-se a esta empresa, de Aveiro, que, apesar de ter alvará para venda de armas, não podia vender armas de fogo, e muito menos silenciadores, já que este é um material ilegal em Portugal. Ainda assim, era a este estabelecimento que os dois suspeitos compravam o material.

Em Loulé, por exemplo, foram apreendidas duas caçadeiras de calibre 12, quando o máximo permitido no país é de 5.5.

E para que seria usado este armamento? Paulo Santos, major-comandante do Destacamento da GNR de Loulé, disse ao Sul Informação que um dos indícios «é a caça, devido à tipologia das armas», não excluindo a hipótese de que poderia ser usado para crimes, como roubos ou assaltos. «A investigação [que ainda está em curso] vai perceber melhor», acrescentou.

Pelo meio, foram ainda apreendidos 310 gramas de folha de cannabis e 124 doses de haxixe, referentes ao suspeito de Viseu, e dois quilos de folha de tabaco, ao algarvio envolvido nesta rede de tráfico de armas. A isto juntam-se também ferramentas e acessórios utilizados para a transformação de armas.

Nesta “trindade” do crime, os dois homens suspeitos foram constituídos arguidos e sujeitos a termo de identidade e residência. Quanto ao dono da empresa, «estava fora do país», concluiu Paulo Santos, nas suas declarações ao nosso jornal.

 

Fotos: Pedro Lemos|Sul Informação

 

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