BE volta a pedir à Assembleia da República eliminação das portagens na Via do Infante

O Bloco de Esquerda quer que a Assembleia da República volte a ponderar «a eliminação urgente das portagens na A22/Via […]

O Bloco de Esquerda quer que a Assembleia da República volte a ponderar «a eliminação urgente das portagens na A22/Via do Infante». O Grupo Parlamentar do BE apresentou esta quinta-feira um projeto de resolução, onde pede que seja revertido o que considera um «grave erro cometido no Algarve», já que, defende, «as portagens na Via do Infante só acrescentaram mais crise e tragédia numa região envolta em muitas dificuldades».

Para os bloquistas, volvidos pouco mais de 5 anos sobre a a introdução de portagens na Via do Infante, não restam «quaisquer dúvidas» de que esta foi uma medida que veio prejudicar a região.

«Sendo uma região que vive quase exclusivamente do turismo, o Algarve perdeu competitividade económica e social em relação à vizinha Andaluzia, com muitas dificuldades e falências de empresas e com o desemprego a crescer. A mobilidade na região regrediu cerca de 20 anos, voltando a EN125, considerada uma “rua urbana”, a transformar-se numa via muito perigosa, com extensas filas de veículos e onde os acidentes de viação ocorrem com frequência, com muitas vítimas mortais e feridos graves», lê-se nos argumentos do Projeto de Resolução apresentado pelo BE.

Os bloquistas apoiam a sua proposta em dados, nomeadamente no número de acidentes nos últimos três anos, superior a 28 mil e que causaram «97 mortos e 459 feridos graves». «Em 5 anos de portagens na Via do Infante, registaram-se na região cerca de 46.800 acidentes, 160 vítimas mortais e 765 feridos graves, a maioria na EN125. Uma tragédia e uma espécie de “guerra não declarada” no Algarve. Não sendo todos os acidentes e vítimas devidas à introdução das portagens, o facto é que uma grande percentagem desta injustiça e arbitrariedade é das portagens que resulta», defendem.

Por outro lado, as Parcerias Público-Privadas que estão em vigor na A22 e noutras ex-Scut são «ruinosas para o país», defendeu o BE, que dá o exemplo da A22, em 2012, em que «os encargos desta via atingiram, durante os primeiros seis meses do ano, 25,8 milhões de euros, enquanto as receitas apenas chegaram aos 5,9 milhões dando assim um prejuízo de 19,9 milhões de euros».

Quanto à redução de 15 por cento decretada no Verão pelo Governo PS de António Costa, «representou muito pouco, quando o PS prometia uma redução de 50%». «Por outro lado, como as taxas da Via do Infante se encontravam 30% mais altas do que a média das outras portagens a nível nacional, ainda ficaram 15% mais caras do que as outras autoestradas. De qualquer modo, a solução não está, nem na redução das taxas de portagem, nem na suspensão da sua cobrança durante as obras de requalificação da EN125, propostas irrelevantes e demagógicas do CDS/PP e do PSD, pois enquanto estiveram no governo não se lembraram de tais propostas e inviabilizaram todos os projetos do Bloco de Esquerda para abolir as portagens nessa altura, e agora, já nesta legislatura, acompanhados pelo PS», acrescentou o BE.

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