«Leôncio e Lena» dividem Sotavento e Barlavento mas vão passar por todo o Algarve

A comédia de enganos «Leôncio e Lena» tem como pano de fundo a geografia algarvia: no palco, Sotavento e Barlavento […]

A comédia de enganos «Leôncio e Lena» tem como pano de fundo a geografia algarvia: no palco, Sotavento e Barlavento estarão divididos. De um lado (Barlavento), mora o príncipe Leôncio, com o seu amigo Valério. Do outro, Lena é uma princesa, cuja companhia é uma aia com «um leve sotaque» do Sotavento. E ambos acabam por se conhecer…

Depois da estreia, a 8 de Outubro, em Silves, esta peça de teatro – que também tem música e vídeo e ganhou o 1º concurso «Convite à Criação», lançado pela AZUL – Rede de Teatros do Algarve – vai passar, até Março, por 10 teatros municipais algarvios que fazem parte dessa rede. O Cine-Teatro Louletano é o próximo a receber esta peça, já no sábado, dia 14 de Janeiro.

João de Brito é o autor e encenador de «Leôncio e Lena». Em entrevista ao Sul Informação, explicou que o «grande cerne» desta peça é o texto «original, que tem o mesmo nome, da autoria de Georg Büchner».

O também ator farense adaptou «algumas coisas ao universo algarvio». Até porque esta sua peça de teatro foi escrita com um propósito: «concorrer ao Convite à Criação», lançado pela AZUL, revela João de Brito que é também presidente da associação LAMA (Laboratório de Artes e Media do Algarve).

De entre as alterações, há um evidente: «originalmente há o reino de Pipi e Popo», explica, ao passo que, na adaptação, há Sotavento e Barlavento.

Com a vitória neste concurso, o projeto recebeu 7 mil euros de financiamento. «Antes da peça, tivemos uma oficina de criação, com alguns estudantes da Escola Tomás Cabreira, na Sociedade Recreativa Os Artistas, onde levantei algumas ideias», conta João de Brito, acerca do processo de criação de «Leôncio e Lena».

Ainda assim, como em qualquer peça de teatro, o grande atrativo está na ação que se vai desenrolar no palco. E aí haverá «algumas surpresas». Música e vídeo irão juntar-se às performances dos atores, complementando-as.

«Esta é uma peça que tem uma série de personagens e a parte do vídeo brinca com isso também. Já a música é de um autor de que gosto – o Norman McLaren – que tem um lado muito cómico, do género Charles Chaplin», explica, entusiasmado, João de Brito. Na peça, os vídeos «foram feitos por nós», nomeadamente o da «fuga para Lisboa de Leôncio e Lena», conta o encenador.

As surpresas não ficam por aqui. No palco, «os sítios onde os atores mudam de roupa estão em frente ao público. O foco está, claro, na ação, mas, na penumbra, estão a mudar de roupa», acrescenta João de Brito. Com tudo isto, «Lêoncio e Lena» torna-se um peça de teatro «muito dinâmica e com muito ritmo», no entender do autor.

 

Apesar de esta ser uma peça adaptada – e encenada – por um algarvio, na equipa só há outro elemento natural da região: Nuno Figueira, que fez o desenho de luz. Os atores serão, por sua vez, André Nunes, Carlos Malvarez e Joana Ribeiro Santos, ficando a fotografia e o vídeo a cargo de Rita Figueiredo.

A verdade é que, na fotografia de apresentação da peça (acima), o cenário também não é algarvio… mas lisboeta, em frente ao Palácio Nacional da Ajuda. «Queríamos uma foto que não caracterizasse muito, mas tivemos dificuldade, devido aos timings apertados. Acabámos por escolher esta foto, por ser um palácio e estar ligado à personagem do rei, que entra na peça», explica João de Brito.

Sem querer revelar muito do que se passa na peça, o encenador conta que esta «tem um final feliz». A fuga, que acontecerá em «Leôncio e Lena», tem também «um sentido metafórico»: «na sociedade, as pessoas querem o que não têm. Querem não ter responsabilidade do berço onde nasceram», conclui João de Brito.

Depois da estreia em Silves e da apresentação, no próximo sábado, em Loulé, a peça segue para Tavira, na Biblioteca Álvaro de Campos, no dia 21, e Portimão, no Teatro TEMPO, no dia 28.

Para Fevereiro, ficam agendadas as idas ao Centro Cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António, no dia 2, ao Auditório Municipal de Olhão, no dia 4, ao Auditório Municipal de Lagoa, uma semana depois, e ao Centro Cultural de Lagos, no dia 25.

Março marca o fim da digressão de «Leôncio e Lena», que, nos dias 15 e 16, estará em exibição no Teatro das Figuras, em Faro, e ainda, a 18, no Cine-Teatro de São Brás de Alportel. No mesmo mês, mas em salas fora do Algarve, «Leôncio e Lena» também estará em cena entre 2 e 5 , no Teatro do Bairro, em Lisboa, e a 23, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.

 

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