GNR de Loulé apanhou elementos de gangue internacional de assaltantes

Tinham grande mobilidade, viajando com frequência para outros pontos do país e para o estrangeiro, deslocavam-se em carros de alta […]

Tinham grande mobilidade, viajando com frequência para outros pontos do país e para o estrangeiro, deslocavam-se em carros de alta cilindrada, mas isso não impediu que militares da GNR de Loulé detivessem, esta quarta-feira, cinco homens que se suspeita pertencerem a uma rede mais alargada, que se dedica a furtos em residências de luxo em diferentes países.

Além de deter os cinco suspeitos, a GNR recuperou mais de uma centena de artigos com elevado valor, entre peças de joalharia (75) e relógios (45), três carros de alta gama e duas pistolas, além de 2500 euros em dinheiro, bem como notas de outros países. Também foi apreendido material eletrónico, uma pequena quantidade de canábis, dezenas de óculos, mochilas e malas de viagem.

Segundo revelou ao Sul Informação o comandante da GNR de Loulé, Major Paulo Santos, apesar de estarem armados, os homens não ofereceram resistência às autoridades, ainda que alguns «tenham tentado a fuga».

Três dos homens foram detidos em flagrante delito em Almancil, junto a um carro de alta gama que havia sido furtado numa casa do concelho de Faro e ao qual foi possível associá-los.

Os outros dois foram apanhados durante uma busca à residência dos homens, onde foi encontrado mais material furtado, algum do qual já embalado e pronto a expedir por correio. Também foi na casa que foram encontradas as duas pistolas 6.35 mm.

Segundo o comandante do Destacamento Territorial de Loulé da GNR, cujo Núcleo de Investigação Criminal foi responsável pela detenção, os homens, com idades entre os 23 e os 40 anos e todos provenientes da América do Sul, não estavam referenciados, apesar de um deles estar já implicado num processo de um carro que foi furtado, abandonado e recuperado pelas autoridades. «Era um dos indivíduos que aparecia nas fotografias de um telemóvel que foi deixado para trás», especificou. Quatro deles tinham autorização de residência em Portugal, enquanto um quinto estava interdito de entrar no Espaço Schengen, a pedido da Itália.

Esta referenciação em Itália de um dos suspeitos e os passaportes dos homens, mas também as fotos encontradas nos cinco telemóveis hoje apreendidos, «que mostram os suspeitos em locais muito diversos», levam as autoridades a crer que este grupo «tinha grande mobilidade» e atuava por todo o país e até além-fronteiras.

Também saberiam bem o que estavam a fazer, já que demonstraram «alguma astúcia na escolha dos alvos», tendo em conta que «acertaram sempre em cheio», ou seja, conseguiam sempre saques valiosos. «Faziam algum reconhecimento», o que lhes permitia saber quais as melhores casas para assaltar.

O último assalto é um bom exemplo, «pois, além de peças de pequeno porte e alto valor, facilmente convertíveis em valores, também encontraram as chaves do carro», levando-o com eles.

A partir do material recuperado, que havia sido furtado pelos elementos deste grupo, a GNR de Loulé já conseguiu associar os suspeitos a três assaltos, tantos como os carros que foram apreendidos, um dos quais roubado em Almada. Mas o Major Paulo Santos acredita que estes homens podem estar ligados «a largas dezenas de assaltos».

Até porque foram «encontrados documentos sobre o envio por correio de diversos itens», no passado, e estavam outros embalados e prontos a expedir «para Itália e América do Sul, entre outros locais».

O Núcleo de Investigação Criminal de Loulé continua a analisar o material recuperado, no sentido de perceber a sua proveniência. A GNR espera recolher «o máximo de indícios possível» antes dos cinco homens serem presentes ao Tribunal de Faro, o que acontecerá amanhã, quinta-feira, de manhã.

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