EN125: Obras prioritárias entre Olhão e VRSA arrancam em 2017, o resto só em 2018

As primeiras obras de requalificação do troço da EN125 entre Olhão e Vila Real de Santo António (VRSA) vão começar […]

As primeiras obras de requalificação do troço da EN125 entre Olhão e Vila Real de Santo António (VRSA) vão começar no terceiro trimestre de 2017 para estar prontas em 2018, assegurou esta sexta-feira o ministro do Planeamento e Infraestruturas Pedro Marques.

As intervenções que avançam antes do final do ano são as consideradas prioritárias, nomeadamente a zona à saída de Olhão para Sotavento, a ponte de Almargem e a criação de uma nova rotunda de acesso à Praia Verde.

O plano de intervenção da empresa Infraestruturas de Portugal nesta parte da estrada que liga Vila do Bispo a VRSA foi apresentado ontem, em Tavira, e já contempla uma calendarização completa das diferentes obras a realizar. Assim, as que começarem já este ano serão concluídas antes do Verão de 2018. As demais empreitadas, que são também as mais onerosas e pesadas, serão lançadas a seguir e podem durar até 2020.

Apesar deste processo parecer congelado há muito, tendo em conta que se chegou a anunciar o início das obras para 2015, até já havia trabalho de casa feito, o que permite agora fazer um planeamento a curto/médio prazo.

É que os projetos que permitirão «devolver a legitimidade do título Nacional a esta estrada», como ilustrou com humor o presidente da IP António Laranjo, já estão todos «fechados e aprovados» – à exceção de um, o da Variante a Olhão, que foi “repescado” e terá um processo mais longo.

Para garantir a requalificação desta parte da EN125, há seis grandes projetos (mais um, o da Variante a Olhão). Os três que avançam já em 2017 são os menos dispendiosos, com orçamentos entre os 600 e os 800 mil euros, e aqueles com prazos de execução mais curtos.

Os que serão lançados no ano que vem, são mais pesados a todos os níveis, quer no que toca ao seu custo (5 a 6 milhões de euros cada), quer ao tempo que vão demorar (um a dois anos a ser concluídos).

Mas vamos por partes. No 3º trimestre de 2017, se se cumprirem as promessas do Governo e da IP, começam as obras em Olhão, Tavira e Castro Marim. Em Olhão, será recuperado um troço de cerca de 1,5 quilómetros, entre a rotunda da zona comercial à saída da cidade e a rotunda que dá acesso à A22.

Em Castro Marim, a IP vai procurar eliminar um dos pontos negros da estrada, especialmente no Verão, o cruzamento que dá acesso à Praia Verde, com uma intervenção que incidirá sobre o troço de 1,7 quilómetros que vai desde a rotunda que dá acesso à A22, junto a Altura, e a rotunda seguinte, a Sotavento. Aqui, além de recuperada a estrada, será construída uma nova rotunda no acesso Praia Verde e reformulado o cruzamento para a Praia do Cabeço.

Também prioritária é a obra na ponte sobre a ribeira de Almargem, que será alvo de uma intervenção «estrutural», que visa estabilizar e garantir as condições de segurança nesta travessia.

 

Veja as imagens dos diferentes projetos:

 

Resolvidos os casos mais urgentes, a IP vai avançar para as obras mais pesadas. Desde logo, a beneficiação da via entre a rotunda de acesso à A22, em Olhão, e a cidade de Tavira, intervenção que se debruçará sobre um troço com 17,7 quilómetros. Aqui, as atenções focam-se na intervenção na Luz de Tavira, onde será corrigida a geometria de cruzamentos e «resolvido de vez o problema do escoamento de águas pluviais, que causa grandes transtornos».

O atravessamento da Luz de Tavira é um dos “pesadelos” de quem transita na EN125 e, apesar de ter estado prevista, numa fase inicial, a criação de uma variante, esta caiu após a renegociação do contrato com a concessionária Rotas do Algarve Litoral levada a cabo pelo anterior Governo e não foi, para já, “ressuscitada”.

Mas, garantiu aos jornalistas o presidente da Câmara de Tavira, «isso não significa que esteja esquecida». «O projeto inicial previa que passasse a Sul, e nós queremos que passe a Norte. Como não há estudos sobre essa alternativa e a passagem a Norte levanta questões delicadas de propriedade, por ser uma zona de habitação dispersa, não quisemos empatar e deixámos as outras obras avançar. Mais tarde, depois de estudarmos bem o assunto, submeteremos uma proposta», assegurou Jorge Botelho.

Um quarto projeto previsto é o de recuperação da estrada entre Tavira e Vila Nova de Cacela. Neste projeto, além da beneficiação de 11,3 quilómetros de estrada, está prevista a construção de quatro novas rotundas, uma na interseção com a EN397, outra em Almargem, uma terceira na Cumeada e a quarta em Santa Rita.

Também no troço entre Vila Nova de Cacela e o acesso à A22 em Altura serão construídas novas rotundas, nomeadamente na zona da Carvoeira e no cruzamento de acesso à Manta Rota.

O avanço destas intervenções resulta do «compromisso efetivo» que o ministro Pedro Marques diz ter com o Algarve. O governante repetiu a ideia que «não há algarvios de primeira e de segunda» e considerou que «não fazia sentido que, após resolvida questão das obras da responsabilidade da concessionária, não se avançasse com as obras no Sotavento».

«Esta é uma EN125 para todos, que será globalmente requalificada. Começamos, naturalmente, pelas obras urgentes, que dizem respeito à segurança e à mobilidade urbana, e iremos, gradualmente, resolvendo todos os outros problemas», garantiu o membro do Governo.

No final, Jorge Botelho, também presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, mostrava-se satisfeito por ver «uma calendarização, em vez de um belo powerpoint sem datas lá metidas, como assisti a muitos». «Temos datas, obras para o final de 2017 e obras em 2018. E os projetos estão todos feitos e foram todos discutidos com as Câmaras Municipais», resumiu.

Agora, «venham os concursos e as obras», pede Jorge Botelho. «Se não tiver terminado nestas datas, toleramos. Se estiver acabado, festejamos. Se ainda não tiver começado, o que eu não acredito, isto vai ser de “alto a baixo”, como costumo dizer», avisou.

 

Números da intervenção (Extensão | Custo | Prazo de conclusão):

>>Troço Olhão – Ligação à A22: 1,5 km | 600 mil euros | 1º trimestre de 2018
>>Troço Olhão (acesso A22) – Tavira: 17,7 km | 6 milhões de euros | 2019/20
>>Troço Tavira – Vila Nova Cacela: 11,3 km | 5 milhões de euros | 2019/20
>>Ponte sobre o rio Almargem: 800 mil euros | 2º trimestre de 2018
>>Troço Vila Nova de Cacela – Acesso A22 (Altura): 6 km | 5 milhões de euros | 2019/20
>>Troço Ligação A22 – Vila Real de Santo António: 1,7 km | 600 mil euros | 1º trimestre de 2018

 

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