Eletrificação da Linha do Algarve custa 32 milhões e arranca já em Janeiro

A eletrificação dos troços Tunes/Lagos e Faro/Vila Real de Santo António vai custar 32 milhões de euros e o processo […]

A eletrificação dos troços Tunes/Lagos e Faro/Vila Real de Santo António vai custar 32 milhões de euros e o processo vai arrancar já durante este mês de Janeiro. O anúncio foi feito esta manhã, na estação ferroviária de Portimão, pelo ministro do Planeamento e Infraestruturas Pedro Marques.

O governante revelou que, «na próxima semana», serão lançados os concursos para o projeto de execução das obras nos dois troços, bem como para os Estudos de Impacte Ambiental.

De acordo com a calendarização apresentada por Carlos Fernandes, vice-presidente das Infraestruturas de Portugal (IP), o lançamento das obras necessárias terá lugar durante o 3º trimestre de 2018, para que a Linha do Algarve esteja eletrificada e a funcionar no 4º trimestre de 2020. E esta data da conclusão da obra, salientou o ministro, antecipa «em cerca de um ano» o que estava antes previsto. «Vamos andar mais depressa, para ter a obra concluída em 2020», frisou Pedro Marques.

A obra de eletrificação na Linha do Algarve vai exigir ainda a construção de uma nova subestação de tração, para alimentar o troço de 56 quilómetros entre Faro e Vila Real de Santo António. O vice-presidente da IP adiantou que a empresa está «em negociações com a REN e com a EDP, para ver qual delas oferece melhores condições», pelo que não está ainda totalmente quantificado o investimento necessário. Quanto ao troço Tunes/Faro, será apenas necessário fazer uma «ampliação» da subestação já existente.

O que não vai haver será alterações ao atual traçado da Linha do Algarve que, em muitos locais, passa longe dos principais núcleos urbanos. Aí, desafiou o ministro Pedro Marques, o que terá de ser feito e pensado, em conjunto com empresas do setor e municípios, é «reforçar as ligações intermodais entre ferrovia e rodovia».

 

Recordando o longo processo do projeto de eletrificação da Linha do Algarve, o governante disse que ele era «assim como um pisca pisca, uns dias acendia, outros não». A verdade é que, apesar de constar de planos, «antes de pegarmos no assunto não havia sequer quaisquer projetos» para este investimento, garantiu.

«Foi orientação deste Governo que a eletrificação da Linha do Algarve era para ser financiada por este quadro comunitário», acrescentou Pedro Marques.

O ministro lançou ainda um desafio à Comunidade Intermunicipal do Algarve e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional: «concluído este ciclo de investimento na eletrificação, teremos de pensar na obra de ligação ferroviária ao Aeroporto de Faro». Um desafio que Pedro Marques já tinha revelado em primeira mão ao Sul Informação, esta semana, e que, tal como então sublinhou, envolve uma obra que só pode avançar «se for possível do ponto de vista ambiental», devido ao eventual «impacto na Ria Formosa».

Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, afirmou a sua «grande alegria, grande esperança» com o início do processo das obras de eletrificação da Linha do Algarve.

Tendo em conta «o contributo do Algarve para o PIB nacional, que é substancial e substantivo, a nossa região merece uma atenção muito especial do Governo», defendeu.

Referindo-se ao crescimento do turismo em 2016, Isilda Gomes avisou: «temos tido sucesso, mas nada nos garante que, se não forem feitos investimentos, continuaremos a ter esse sucesso». E tais investimentos, salientou, terão de ser feitos na segurança, na saúde, mas sobretudo na mobilidade, que considerou «fundamental».

É que, sublinhou a autarca, «chegar a Tunes e apanhar o comboio para esta zona é uma experiência que não se esquece tão depressa, mas pela negativa». Atualmente, reforçou, «temos comboio, mas não temos».

Por isso, a presidente da Câmara de Portimão fez votos para que, em 2020, «estejamos todos aqui de bandeirinhas na mão a saudar os comboios elétricos que vão passar por aqui».

Joaquina Matos, presidente da Câmara de Lagos, que já antes tinha defendido que o troço não termina em Lagos, mas antes começa aí, frisou, fazendo um gesto de tomar nota: «no 4º trimestre de 2020!». É esta a data anunciada para o fim das obras e os algarvios, tal como a autarca de Lagos, já tomaram nota.

 

Números:

Troço Tunes/Lagos: 46 km | 14 milhões de euros
Troço Faro/VRSA: 56 km | 18 milhões de euros
Nova SST + Ampliação SST existente – custo em avaliação
Outros trabalhos Sinalização e Telecomunicações – 1,6 milhões de euros

 

Calendário das obras:

Janeiro 2017 – Lançamento dos concursos para os projetos de eletrificação e respetivos Estudos de Impacte Ambiental
3º Trimestre 2017 – Lançamento do concurso para a empreitada de conceção/execução a nova Subestação SST e ampliação da SST de Tunes
3º Trimestre de 2018 – Lançamento dos concursos das empreitadas de Eletrificação
4º Trimestre de 2020 – Conclusão das empreitadas de Eletrificação

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

 

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