Casas a demolir na Culatra descem para «cerca de 50» em nova “maré” de notificações da Polis

A Sociedade Polis Ria Formosa já enviou novas notificações para tomada de posse administrativa a donos de «cerca de 50 […]

A Sociedade Polis Ria Formosa já enviou novas notificações para tomada de posse administrativa a donos de «cerca de 50 casas» dos núcleos do Farol e dos Hangares, da Ilha da Culatra. Desta vez, serão notificados «entre 20 a 24» proprietários, nos Hangares, e «cerca de 30», no Farol, segundo revelaram ao Sul Informação representantes dos moradores.

O processo de demolições nas ilhas-barreira da Ria Formosa é, desta forma, relançado, mas numa versão bem mais soft, já que há uma significativa diminuição das casas marcadas a demolir, desde a anterior notificação, em foram enviadas 81 cartas, e um enorme decréscimo em relação à intenção inicial, que era a de deitar abaixo quase 400 casas, nos dois núcleos.

Esta cedência por parte do Governo levou a que o então presidente da Sociedade Polis Ria Formosa Sebastião Teixeira apresentasse a sua demissão, o que motivou a suspensão temporária do processo de tomada de posse administrativa. Um hiato que foi bom para os ilhéus, uma vez que, segundo revelaram ao Sul Informação Feliciano Júlio e José Lezinho, representantes dos moradores do Farol e dos Hangares, respetivamente, o diálogo que tem sido mantido desde então entre os ilhéus e o ministro do Ambiente permitiu que várias casas fossem retiradas na lista.

Os imóveis poupados estão na linha dos 40 metros, onde se previa deitar abaixo todas as casas, mas «são de 1ª habitação e de pescadores e mariscadores», segundo José Lezinho.

No Farol, precisou Feliciano Júlio, «11 das casas foram consideradas de 1ª habitação e há mais quatro que tinham sido mal notificadas, situação que nós pensamos que também já está resolvida». Entretanto, os esforços continuam «para tentar salvar aquelas que ficam dentro do núcleo, mas estão marcadas para demolição [por se encontrarem a menos de 40 metros da Ria]».

«Estamos a juntar a documentação e vamos enviar, para tentar salvar mais casas. Vamos lutar até ao fim!», assegurou Feliciano Júlio.

Também nos Hangares continuam os esforços para tentar salvar casas, com o diálogo a centrar-se «em duas ou três habitações». «Mas não se percebe porque é que as outras vão abaixo. Para nós é injusto», considerou José Lezinho.

O morador do núcleo dos Hangares acredita, ainda assim, que ainda há espaço de manobra para salvar casas, tendo em conta que as autoridades se têm mostrado dispostas a ouvir os habitantes da Ilha. «Ao menos há diálogo, coisa que nunca existiu com  a anterior direção da Sociedade Polis, o que é bom», disse.

José Lezinho lamentou que o processo das demolições tenha avançado sem a prometida realização de um plano de promenor para a Ilha da Culatra «e sem que as casas passassem para a jurisdição da Câmara, como acontece na Armona e foi dito que seria feito em Faro».

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