Obras na zona antiga aquecem luta política em Lagoa entre PS e PSD

As obras na zona antiga de Lagoa estão a avançar «sem atrasos», garantiu ao Sul Informação o presidente da Câmara […]

obras-no-centro-de-lagoa_dezembro-2016_1As obras na zona antiga de Lagoa estão a avançar «sem atrasos», garantiu ao Sul Informação o presidente da Câmara Francisco Martins. Isto, apesar do susto que as chuvas dos últimos dias pregaram, com a criação de uma verdadeira torrente, que arrastou lama, pedras de calçada, fez cair vedações, entre o Largo Alves Roçadas e a Rua Mouzinho de Albuquerque.

A chuva, que caiu intensa na noite de 3o de Novembro e madrugada de 1 de Dezembro e depois de novo no fim de semana, criou verdadeiras “piscinas” na zona em obras, que acompanha o declive natural do terreno. Na manhã de segunda-feira, primeiro foi preciso acabar de esgotar essa água a mais, para que homens e máquinas pudessem continuar os trabalhos.

Os efeitos da chuva e o descontentamento dos poucos comerciantes que resistem no centro de Lagoa, junto ao Mercado Municipal e aos Correios, tem sido aproveitado pelo PSD lagoense, que, na última Assembleia Municipal, defendeu que as obras no miolo da cidade deviam ter avançado por partes e só depois da época do Natal, quando as lojas ainda vão vendendo alguma coisa.

Durante a madrugada de 1 de Dezembro, alguns dos mais destacados membros do PSD/Lagoa andaram pelas ruas inundadas do centro da cidade a fotografar a torrente de água e lama que se formou com a chuva intensa que caiu (e que provocou pequenas inundações um pouco por todo o Algarve). As fotos foram partilhadas no Facebook, gerando uma onda de comentários negativos, como seria de esperar.

Reagindo a esta campanha, o PS de Lagoa, em comunicado, considera que tudo não passa de uma «tentativa de conseguir melhor posicionamento individual de militantes», já que, alega, o PSD lagoense vive uma situação de «falta de consenso na sua estrutura partidária».

Dizendo não querer «alimentar guerrilhas», os socialistas lagoenses tomam as dores do executivo da Câmara Municipal a que presidem e esclarecem, no seu comunicado, «a diferença entre a realidade e a ficção doentia».

O PS começa por admitir que as obras têm «constrangimentos inerentes», mas garante ter «completa confiança de que o futuro mostrará que valeu a pena».

 

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Fotografia da torrente formada na madrugada de 1 de Dezembro, partilhada no facebook por Cesário Belém, do PSD/Lagoa

No entanto, há prazos e procedimentos a cumprir e isso leva, naturalmente, tempo: «de uma abertura de procedimento de concurso para obra pública no início de um ano civil (Janeiro) e depois de cumpridos todos os prazos legais para adjudicação resultaria uma adjudicação para o seu início nunca antes do final de Março».

Ora, «sendo esta uma obra de 4,5 meses (mais ou menos 15 dias) resultaria em obras com poeira no ar até ao fim de Julho/início de Agosto e durante o aumento de trânsito de Verão», o que causaria ainda mais inconvenientes.

Por isso, defende o PS/Lagoa, a obra «devia ter sido lançada tal como o foi».

Por outro lado, esclarecem os socialistas, «fazer por fases uma obra com esta dimensão (cerca de 5.000 metros quadrados de área de intervenção em menos de 350 metros de comprimento) resultaria não só em prazos de execução bem mais dilatados (teríamos obras durante 6 a 7 meses), mas em custos acrescidos (em mais 60 a 70%) e com dificuldades técnicas evidentes, pois ao fazer obras enterradas (e as valas não podem ficar abertas) as ligações entre as fases seria laboriosa e difícil».

Daí que, concluem os socialistas no seu comunicado, «a tentativa de salvaguarda destes problemas» tenha obrigado «ao lançamento e realização da obra tal como está a ser feita» e que «permitirá acabar uma obra absolutamente necessária dentro dos prazos previstos».

«Mesmo com as chuvas anormais que sofremos está, ainda, dentro dos planos acabá-la nas primeiras semanas de Março de 2017», termina o comunicado do PS de Lagoa.

Na semana passada, em entrevista ao Sul Informação, o presidente da Câmara, o socialista Francisco Martins, já tinha garantido que as obras de requalificação urbana na zona antiga de Lagoa vão estar prontas «em Março, a tempo da Páscoa».

Francisco Martins salientou que o objetivo das obras na zona antiga de Lagoa é «dar mais espaço ao peão e voltar a atrair pessoas ao centro», criando espaços para estar, ao ar livre, nomeadamente esplanadas.

A intervenção está a ter lugar numa área de 4.820 metros quadrados e prevê a criação de «uma nova imagem, reestruturando o trânsito automóvel e criando zonas de lazer,  onde os lagoenses e os visitantes possam apreciar a componente histórico-civilizacional, com liberdade de movimento, acessibilidade e mobilidade para todos».

 

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