A Sparos, uma PME de Olhão, terá um financiamento de 50 mil euros da Comissão Europeia, já que foi eleita como uma das 5 empresas mais inovadoras em Portugal.
Este investimento deve-se ao projeto MYSIS, da Sparos, «que pretende desenvolver uma nova dieta de desmame destinada a otimimizar o rendimento das larvas de camarão de piscicultura».
Este montante, explica a Comissão Europeia, será para «estudos de viabilidade para novos produtos que revolucionem o mercado». Os proponentes podem, também, solicitar até três dias de orientação empresarial gratuita (coaching).
O financiamento em causa é proveniente do «Instrumento PME», do programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, que premeia as iniciativas na Europa que são mais inovadoras.
E inovar faz parte do ADN da Sparos, desde que foi criada. A empresa, fundada por Jorge Dias e Luís Conceição, ex-investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), associado à Universidade do Algarve , é uma spinoff deste centro de investigação.
É, portanto, um ótimo exemplo de transferência de tecnologia, já que partiu da produção de conhecimento num centro de investigação algarvio e ganhou estatuto de empresa na sequência da edição de 2007 do concurso Ideias em Caixa do CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da UAlg, que venceu.
A Sparos dedica-se à produção de ração para peixe à medida das necessidades do cliente, nomeadamente para a produção em aquacultura, mas também já enveredou pela área da aquariofilia. Depois de alguns anos de incubação na Universidade do Algarve, a empresa deu o salto para a nova Zona Industrial de Olhão, onde mantém uma unidade de produção em larga escala e um departamento de investigação e desenvolvimento de tecnologia. De caminho, criou mais de uma dezena de postos de trabalho altamente qualificados.
A empresa algarvia foi agora galardoada com este incentivo do programa Horizonte 2020, à semelhança de mais quatro PME de vários pontos do país, o que, segundo Carlos Moedas, comissário para a Investigação, Ciência e Inovação, faz com que «sejam agora 54 as empresas portuguesas a beneficiar da fase 1 deste instrumento específico para as PME ao abrigo do Horizonte 2020, o que demonstra a dinâmica inovadora do tecido empresarial português em áreas como a energia limpa, a investigação espacial, a robótica, a tecnologia de qualidade ou o crescimento azul».
Para a recente ronda de resultados desta fase 1, também foram selecionadas empresas portuguesas, localizadas em Évora, Leiria, Funchal e Lisboa.
Desde o lançamento do programa, em 1 de Janeiro de 2014, foram selecionadas no âmbito da fase 1 do Instrumento PME, 2024 pequenas e médias empresas, das quais 54 são portuguesas.
O instrumento a favor das PME é executado através de um convite à apresentação de propostas com quatro datas-limite por ano. O financiamento é de 50000 euros na fase 1 e de até 2,5 milhões de euros na fase 2. A próxima data-limite para a fase 1 é o dia 15 de Fevereiro de 2017.
As cinco PME portuguesas que foram selecionadas nesta ronda:
Agroinsider Lda, de Évora, uma PME que apresentou um projeto (AgroRadar) que prevê a utilização de novos algoritmos e modelos para analisar os dados de observação da Terra no âmbito do programa Copernicus, em benefício da agricultura de precisão.
Ground Drone Unipessoal, do Funchal, que desenvolve um sistema robótico destinado a democratizar o controlo de movimento durante a realização de filmes e vídeos (projeto Ground Drone);
RVE.SOL – Soluções de Energia Rural Lda, de Leiria, que pretende potenciar uma solução híbrida portátil para o fornecimento de energia e conversão de resíduos em energia (projeto KUDURA);
InnoWave Technologies SA, de Lisboa, que aspira prestar a qualidade da experiência através do teste automatizado de dispositivos (projeto InnSpect loT); e
Sparos Lda, de Olhão, que pretender desenvolver uma nova dieta de desmame destinada a otimizar o rendimento das larvas de camarão de piscicultura (projeto MYSIS).
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