Cristóvão Norte, deputado do PSD eleito pelo círculo de Faro, escreveu uma carta a Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, defendendo a «incontroversa necessidade» da criação do Hospital Central do Algarve.
O deputado do PSD relembra que, «desde 2003, todos os governos, sem exceção, partidos, deputados, autarcas, ordens, sindicatos, entre outros», sublinharam que este novo Hospital é «uma infraestrutura fundamental».
Na sua carta, Cristóvão Norte recorda os passos que foram dados no passado face a esta obra. Em 2005, o Governo, liderado então pelo socialista José Sócrates, «encomendou um estudo à Escola de Gestão do Porto, liderado pelo professor Daniel Bessa, para proceder ao ordenamento das prioridades da construção de novas unidades hospitalares».
Deste estudo, que analisava os custos, as acessibilidades ou a qualidade da oferta, o Hospital Central do Algarve foi eleito como o segundo mais urgente a ser feito. Esta lista foi homologada pelo Despacho 12891/2006. Já antes, em 2003, se tinha celebrado um acordo estratégico que definia o Parque da Cidades como a localização adequada para este novo Hospital, recorda o deputado algarvio na sua missiva.
Em 2007, o Hospital Central do Algarve chegou a ser apresentado publicamente, pelo primeiro-ministro José Sócrates. «Foram ainda abertas negociações com consórcios qualificados, mas o processo não conheceu avanços, tendo ficado parado desde 2009», diz Cristóvão Norte.
Já em 2011, com o PSD e o CDS no poder, o Governo suspendeu todos os hospitais previstos.
Por fim, o atual Governo incluiu, no Orçamento de Estado de 2017, uma nova geração de Hospitais, que engloba o Hospital de Todos os Santos, em Lisboa, o Hospital do Seixal e o Hospital de Évora, mas deixa de fora o do Algarve.
«Estes hospitais estavam classificados em 1º, 3º e 4º lugares, respetivamente, no estudo técnico de 2006. Apenas o novo Hospital Central do Algarve não avança, tendo o ministro da Saúde proferido declarações no sentido de remeter a sua realização para data posterior a 2019», salienta o deputado o PSD. Já em Setembro, o Partido Social Democrata tinha criticado a situação.
Para Cristóvão Norte, esta decisão é «lesiva dos interesses da região e dos algarvios, mas também do país».
Isto porque, no entender do deputado laranja, ignora, por exemplo, «a importância de responder a um acelerado crescimento demográfico e a uma notória evolução turística, a qual pondera cada vez mais fatores como a segurança e os cuidados de saúde disponíveis».
Na carta enviada ao ministro, são ainda dados alguns números para elucidar a opinião de Cristóvão Norte, como a circunstância de o Centro Hospitalar do Algarve ter «o segundo mais alto índice de mortalidade dos 40 hospitais do país ou o pior índice de demora média do país».
O deputado social-democrata diz também desconhecer as razões que levaram Adalberto Campos Fernandes a fazer-se substituir por Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde, que está hoje de visita ao Algarve.
A carta termina com o deputado eleito pelo círculo de Faro a dizer que espera que o ministro «seja capaz de responder aos compromissos que assumiu no ano passado, aquando da tomada de posse do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, e que reavalie a decisão tomada, no sentido de garantir que o novo Hospital Central do Algarve é concretizado».
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