Microalga descoberta por investigadores do CCMar já está a ser aplicada na indústria

Uma microalga ultra resistente que foi descoberta por investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMar) tem elevado potencial para […]

algas_CCMARUma microalga ultra resistente que foi descoberta por investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMar) tem elevado potencial para produção de biodiesel e já está a ser estudada «a adaptação desta estirpe de microalgas para produção industrial em larga escala», na sequência de colaborações com empresas nacionais.

O microorganismo foi descoberto no âmbito de uma investigação do grupo de investigação MarBiotech e os estudos do seu potencial uso para produção de bio-energia, mas também no tratamento águas residuais e para sequestro de CO2, foram realizados pelos cientistas João Varela, Luísa Barreira e Hugo Pereira, do CCMar.

«O potencial da microalga é elevado e os investigadores do CCMAR têm desenvolvido uma ativa colaboração junto de parceiros industriais, de modo a aumentar a produção desta microalga, mas também de forma a aproveitar o efeito deste cultivo no sequestro de CO2», segundo o centro de investigação associado à Universidade do Algarve.

O expoente máximo deste trabalho efetuado junto do tecido empresarial é a colaboração entre o CCMAR e a Universidade do Algarve e a Secil, na Unidade de Produção de Microalgas (Algafarm), recentemente inaugurada em Pataias.

«Neste espaço, considerado o maior conjunto de fotobiorreatores em sistema fechado da Europa, a cimenteira investiu 15 milhões de euros com o objetivo de desenvolver tecnologias de mitigação do impacto da libertação de CO2, decorrente da sua atividade», segundo o CCMar.

Esta nova estirpe de microalga foi descoberta junto ao efluente de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) «resiste a concentrações salinas tanto elevadas, como baixas e também aguenta temperaturas entre os 4 e os 50 graus», algo «inédito» segundo revelou João Varela, coordenador do Marbiotech, numa entrevista ao Sul Informação, em Fevereiro.

«As expectativas em relação a novos mercados e à aplicação a nível mundial são elevadas, quer por parte da indústria, quer da comunidade científica. O isolamento e caracterização da estirpe resultaram já em dois artigos, publicados no final de Outubro, nas revistas Scientific Reports (do grupo da Nature Publishing Group) e Bioresource Technology», concluiu o CCMar.

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