Arte contemporânea e gastronomia cruzam-se durante oito meses no Museu de Portimão

Cruzar a arte contemporânea com a gastronomia, em torno do mar e da cultura algarvia, propondo, pela mão de artistas […]

fazer render o peixe em portimão
O chef, o artista e o curador

Cruzar a arte contemporânea com a gastronomia, em torno do mar e da cultura algarvia, propondo, pela mão de artistas e chefs, de renome nacional e internacional, momentos de inesperada e criativa fusão entre sabores e artes visuais inspiradas na especificidade do território e riquezas marinhas da região. Este é o (longo) objetivo do projeto «Fazer Render o Peixe», que o Museu de Portimão acolhe a partir da próxima quinta-feira, 27 de Outubro.

O ciclo, que é financiado pelo programa «365 Algarve», de promoção da atividade cultural durante a época baixa do turismo, decorrerá durante oito meses, até Maio de 2017, tendo o Museu de Portimão como palco.

José Gameiro, diretor científico do Museu de Portimão, explicou ao Sul Informação que este projeto surgiu de um «trabalho de equipa entre nós e a associação Aspas e Parênteses», responsável pela direção artística. «Tivemos várias reuniões, trocámos ideias, até que se chegou a este modelo, que se adequa ao trabalho que o Museu tem vindo a fazer. Só nos faltava o financiamento, que foi agora possível graças ao 365 Algarve», acrescentou.

A dupla que marcará a abertura do ciclo «Fazer Render o Peixe em Portimão», agendada para o dia 27 de Outubro, às 18h00, é composta pelo artista Kwame Sousa, autor da exposição «Um Olhar Sobre o Peixe Seco», e pelo chef André Magalhães, responsável pelos aromas e sabores de uma Cataplana de Litão com Algas. Trata-se da recriação de um prato típico da região, que será dado a degustar e se juntará à evocação das cores e tradição do peixe seco no Algarve, promovida pelas telas de grande formato do artista santomense.

 

Logotipo Fazer Render o PeixeJosé Gameiro adiantou ainda que, «ao longo destes oito meses, haverá diversos chefs e artistas. Cada chef vem ao Museu apenas no momento em que se inaugura a exposição, para essa degustação que integra toda a experiência». E também se sucederão os artistas, nas áreas da pintura, fotografia, escultura e vídeo.

Até ao dia 18 de Dezembro, em contraponto com a obra de Kwame Sousa, os visitantes do Museu também terão oportunidade de conhecer o vídeo realizado por Tiago Pereira, videasta e divulgador conhecido pelo projeto «A Música Portuguesa a Gostar dela Própria». Trata-se do primeiro episódio da série «Esporão & A Comida Portuguesa a Gostar Dela Própria», dedicado precisamente ao litão, preparado pela mão do chef, crítico e gastrónomo André Magalhães.

O litão era o «bacalhau dos pobres», na zona de Olhão. Hoje é um produto que está em vias de se tornar gourmet e já entrou na mesa dos chefs.

O litão (ou leitão) é um pequeno tubarão (Pristiurus melastomus) que ainda hoje pode ser visto a secar ao sol, depois de escalado e salgado, na zona ribeirinha de Olhão. Cozinha-se como se bacalhau se tratasse, em caldeirada ou em feijoada. E agora até na cataplana. Como tudo isso se cruza e se cozinha com a arte é algo que será dado a conhecer no dia 27.

Nesta mesma ocasião, será revelada aos visitantes e jornalistas a programação, que, até Maio, trará ao Museu de Portimão exposições, momentos gastronómicos com assinatura de autor, instalação de trabalhos em pintura, escultura, fotografia e vídeo, a que se juntarão performances, jantares, demonstrações e ações promocionais dedicadas aos produtos do mar e da gastronomia regional algarvia.

«Fazer Render o Peixe em Portimão» é um dos três projetos deste concelho aprovados e financiados no âmbito do programa «365 Algarve».

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