Os diferentes meios de transportes do Algarve tiveram, de uma forma quase generalizada, um aumento no número de utilizadores no ano de 2015, revelou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR), no seu relatório anual «Mobilidade e Transportes 2015», já disponível para consulta no site desta entidade.
A CCDR algarvia destaca os aumentos nos números de passageiros movimentados pelo Aeroporto de Faro, bem como a recuperação dos fluxos nos principais eixos rodoviários da região, nomeadamente as portajadas autoestradas A2 e A22.
Variações negativa entre 2014 para 2015 só mesmo nos transportes coletivos rodoviários, nomeadamente nas carreiras urbanas e interurbanas do Algarve.
No Aeroporto Internacional de Faro, o ano de 2015 foi de crescimento generalizado. Ou seja, houve mais voos e mais passageiros transportados, quer numa perspetiva global, quer no que diz respeito, apenas, a voos entre aeroportos nacionais.
Em 2015, foram transportados de e para o Aeroporto de Faro 6.364.443 passageiros, um acréscimo de 1,4 por cento em relação ao ano de 2014. Neste indicador, é de salientar que tem havido um crescimento sucessivo do desempenho desta infraestrutura aeroportuária, que dura há anos.
A nível doméstico, também houve um aumento do movimento de passageiros, neste caso de 5 por cento. Pelo Aeroporto de Faro, passaram, no ano passado, 347.525 pessoas que foram ou vieram de infraestruturas congéneres em território português, quando em 2014 esse valor se tinha ficado pelos 331.104.
Na análise que faz destes números, cedidos pela ANA Aeroportos, a CCDR do Algarve destaca a forte sazonalidade do movimento de passageiros, já que boa parte do tráfego se concentra no 3º trimestre do ano, ou seja, no Verão.
Ainda assim, nota-se um ligeiro atenuar desta diferença, tendo em conta que «em 2011 o movimento do 3º trimestre representava 43% do total anual e em 2015, apesar de quase 12% superior ao de 2011, representou 41% do total anual».
Outro modo de transporte que está em destaque, pela positiva, é o ferroviário, onde houve crescimento homólogo em todos os indicadores.
O bom desempenho é mais vincado ao nível do número de passageiros transportados nos serviços de longo curso (Alfa, Intercidades), que teve um crescimento homólogo de 10,2%, fruto dos 702.123 passageiros que escolheram deslocar-se de e para o Algarve por este meio.
No serviço regional, que liga Lagos a Vila Real de Santo António, houve um acréscimo de 1,6 por cento de passageiros transportados, em relação ao ano anterior. Ao todo, houve 1.665.248 pessoas a usar este serviço, em 2015.
No modo rodoviário, destaque para o aumento de tráfego tanto no troço algarvio da A2 (Almodôvar – S. Bartolomeu de Messines), como na A22.
Na autoestrada do Sul, o aumento foi de 8,7 por cento, com o Tráfego Médio Diário (TMD) a subir para os 8403 veículos. Na Via do Infante, a média de utilizadores também subiu de forma considerável, mais precisamente 12,0%, fixando-se nos 9909 veículos/dia.
Neste modo de transporte, nota a CCDR, apesar da subida entre 2014 e 2015, ainda há muito a recuperar para voltar a números de anos recentes. Na A2, os valores de 2015 são inferiores em 25,5 por cento aos registados em 2010. Na A22, a diferença para o ano de 2011 é ainda mais profunda: menos 38,2%.
«Apesar de o crescimento em 2015 ser claramente positivo, consolidando a tendência já observada no ano anterior, a perda nos anos compreendidos entre 2007 e 2013, sobretudo após 2011, foi muito acentuada, pelo que serão necessários mais alguns anos de crescimento positivo, consecutivo, para retomar os níveis de tráfego anteriores», lê-se no relatório.
Também nos eixos rodoviários secundários houve um acréscimo generalizado de trânsito, de 2014 para 2015. Na EN 125, houve aumento homólogo do TMD tanto no troço entre Tavira e Olhão (6,9%) como entre Odiáxere e Estômbar (3,4%). Nestes troços passou uma média diária de, respetivamente, 16,332 e 22.509 veículos.
No troço do IC4 entre Odeceixe e Aljezur, o TMD foi de 3823 viaturas, mais 5,6% do que no ano anterior. Na mesma estrada, mas entre São João da Venda e Faro, a média diária de carros fixou-se nos 42.970, o que significa que houve um acréscimo de 5,5 por cento em relação a 2014.
Na ER 270, o troço entre São Brás de Alportel – Santa Catarina da Fonte do Bispo foi utilizado, em média e por dia, por 2607 condutores (mais 3,1% do que em 2014) e a parte do IC1 que liga Tunes a S. Bartolomeu de Messines teve um TMD de 6787 veículos, um crescimento de 3,3 por cento em relação ao ano anterior.
Ainda no campo dos modos de transporte que registaram crescimento, no Algarve, está o marítimo/fluvial. Em 2015, tanto as carreiras fluviais da Ria Formosa como o barco que faz a travessia do Guadiana entre VRSA e Ayamonte registaram crescimento homólogo que, curiosamente, foi igual, em termos percentuais, em ambos os casos: 4,2 por cento.
Na zona lagunar algarvia, foram transportados, em diferentes carreiras, 1.951.918 passageiros. Já os utilizadores da carreira fronteiriça entre Portugal e Espanha foram 125.474.
No transporte coletivo de passageiros, os indicadores são menos harmoniosos. É, de resto, neste modo de transporte que se encontram as únicas variações homólogas negativas, entre os muitos indicadores estudados pela CCDR do Algarve.
Um dos indicadores em que houve um decréscimo foi no do número de utilizadores das carreiras urbanas, que viram o movimento de passageiros descer 0,7 por cento. Comparando com o ano de 2011, o decréscimo foi de 33,8%.
Também nas carreiras interurbanas houve um decréscimo de passageiros, com a diferença para 2014 a atingir os 1,6%. As carreiras urbanas foram utilizadas por 4.718.373 pessoas, em 2015, enquanto as interurbanas transportaram um total de 5.525.853.
Tendência oposta registou-se nas ligações interregionais, que tiveram um crescimento homólogo de 4,8%, depois de terem transportado 831.431 passageiros. Também na carreira internacional que liga Sevilha a Lagos houve um crescimento, ainda que muito ligeiro, de 0,9%, em relação a 2014 (29.558 passageiros transportados).
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