Festival Verão Azul estende-se de Lagos a Loulé e Faro em dois meses intensos

Fotografia, cinema, dança, performance-instalação e música são as áreas que integram mais uma edição do Festival Verão Azul, dedicado à promoção […]

Amarelo_Imagem_04_Fernando PavaoFotografia, cinema, dança, performance-instalação e música são as áreas que integram mais uma edição do Festival Verão Azul, dedicado à promoção e difusão da criação artística contemporânea nacional e internacional na região do Algarve, que começa a 17 de Setembro em Loulé e percorre também Lagos e Faro, até 6 de Novembro.

Organizado pela associação cultural casaBranca, o Festival Verão Azul assume este ano, segundo os seus promotores, «um desenho de programação mais dilatada no tempo, com realização entre 17 de Setembro e 6 de Novembro», e no espaço, já que, dando «continuidade ao trabalho que tem implementado desde 2015 de consolidação de parcerias intermunicipais», se realiza não só em Lagos, como também se estende ao Sotavento Algarvio, às cidades de Loulé e Faro.

Este ano, o Festival abre em Loulé, com a inauguração na Casa do Castelo da exposição de fotografia «Começar do Zero», onde estarão presentes obras dos artistas portugueses André Príncipe, André Uerba, Patrícia Almeida e Vasco Célio e do bósnio Andrej Djerkovic.

A exposição estará patente em Loulé até 22 de Outubro, seguindo depois para o Centro Cultural de Lagos.

 

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Foto do bósnio Andrej Dejkovic, que estará na exposição em Lagos

 

Também no âmbito desta exposição, será exibido, em ambas as cidades, o filme «Traces of a Diary», de Marco Martins e André Príncipe, documentário concebido como um caderno de notas cinematográfico sobre o trabalho de alguns dos mais significativos fotógrafos japoneses contemporâneos.

As propostas na área do cinema e vídeo passam ainda pela exibição do documentário, de Helena Inverno e Verónica Castro, «Um Elefante na Sala», em Loulé e Lagos, e «Deportado», de Nathalie Mansoux, em Lagos, paralelamente à sessão de curtas de Bill Domonkos, artista que combina animações computorizadas, fotografia e imagens de arquivo manipuladas.

Loulé recebe também «Atlas Loulé», de Ana Borralho & João Galante, coreografia social de resistência realizada com 100 pessoas de diferentes profissões da comunidade local. O convite à participação está aberto e o único requisito é a vontade e disponibilidade para uma semana de ensaios antes da apresentação no dia 24 de Setembro.

«World of Interiors» (também da dupla Borralho & Galante) performance-instalação que será apresentada no Teatro das Figuras, em Faro, é apresentada como «um objeto artístico que atravessa as fronteiras das artes visuais e performativas», sendo outra das propostas que convoca para palco pessoas das comunidades onde se apresenta, integrando um workshop com a duração de cinco dias.

 

«Segunda-Feira: Atenção à Direita»
«Segunda-Feira: Atenção à Direita» – foto de José Caldeira

 

Também em Faro, marca presença a nova criação da coreógrafa Cláudia Dias, que trará ao Teatro das Figuras uma performance à laia de combate de boxe – «Segunda-Feira: Atenção à Direita» propõe-se reconstituir um combate, onde Cláudia e Jaime vão dar e levar na boca literal e metaforicamente, através de rounds de perguntas que questionam as suas (nossas) visões do mundo.

Destaque ainda, nas artes performativas, para o espetáculo que Vera Mantero apresenta no Centro Cultural de Lagos – «Os Serrenhos do Caldeirão, exercícios em antropologia ficcional», obra que promove uma reflexão direta sobre o território algarvio e sobre desertificação/desumanização da Serra do Caldeirão.

À semelhança das edições anteriores, a música atravessa o Festival com vários concertos: Faro recebe Colin Stetson, saxofonista e compositor americano que ocupa um lugar único na cena musical contemporânea e cujo trabalho inclui colaborações com artistas como Tom Waits, Lou Reed e Laurie Anderson, Arcade Fire e TV on the Radio.

Do Norte, chegam a Lagos os Live Low, quarteto que articula algum repertório do Cancioneiro e da música de tradição oral com elementos eletrónicos, num concerto que será o último de uma tournée que iniciam no Porto e passa por Lisboa, para promover o lançamento do novo – e primeiro – disco da banda, «Toada», editado pela Lovers&Lollipops.

Também a Lagos chegam Black Bombaim, num concerto que terá como convidado Rodrigo Amado, saxofonista luso e referência fundamental no jazz livre atual. Rodrigo Amado encerrará também o Festival com um concerto a solo na Galeria LAR, em Lagos.

Um destaque para o também já habitual espaço de programação dedicado ao público infanto-juvenil: da coreógrafa e bailarina Sílvia Real e Grupo 23 chega «E se tudo fosse amarelo?», espetáculo protagonizado por um grupo de crianças, que assenta em várias linguagens como a dança, o teatro, a música e a filosofia, e que integra a realização de uma Oficina de Improvisação Vocal e Instrumental para crianças.

Joana Sá, pianista e compositora na área da música contemporânea, apresenta «Dentro da cabeça nem tudo é claro», singular performance musical para crianças a partir dos 4 anos, marcada pelas dimensões musical, visual e textual.

E é exibido «O Rei e o Pássaro», filme de Paul Grimault com argumento de Jacques Prévert, e considerado por muitos como uma obra-prima da animação francesa.

 

Vera Mantero em «Os Serrenhos» - foto de Luís da Cruz
Vera Mantero em «Os Serrenhos» – foto de Luís da Cruz

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