Comissão Europeia propõe que 2018 seja o Ano Europeu do Património Cultural

A Comissão Europeia apresentou esta terça-feira uma proposta ao Parlamento Europeu e ao Conselho para designar 2018 como o Ano […]

Bruxelas_Comissão EuropeiaA Comissão Europeia apresentou esta terça-feira uma proposta ao Parlamento Europeu e ao Conselho para designar 2018 como o Ano Europeu do Património Cultural.

Com esta iniciativa, a Comissão pretende «chamar a atenção para o papel do património cultural da Europa na promoção de um sentido partilhado de identidade e história».

«Dos sítios arqueológicos à arquitetura, dos castelos medievais às tradições folclóricas e às artes, o património cultural da Europa está no âmago da memória e da identidade coletivas dos cidadãos europeus», salienta a Comissão.

A grande diversidade nacional, regional e local da UE constitui um «catalisador único de intercâmbios entre gentes de todas as idades, contextos sociais e culturas», acrescenta.

Ao nível local, o património cultural europeu oferece um «forte potencial em termos de promoção da coesão e da integração sociais, através da regeneração de zonas negligenciadas, da criação de postos de trabalho locais e da promoção de um sentimento partilhado de pertença».

«O mesmo acontece ao nível europeu, sempre que europeus e não europeus visitam e aprendem algo de novo sobre a abadia de Cluny, em França, os arquivos da coroa de Aragão em Espanha ou os históricos estaleiros polacos de Gdańsk, só para dar alguns exemplos», explica ainda a Comissão Europeia.

É por isto, e também porque «alguns dos tesouros do património cultural mundial estão atualmente ameaçados ou são destruídos deliberadamente em zonas de conflito», que a Comissão considera que o património cultural «merece um ano europeu em 2018».

Castelo de MértolaO Comissário Europeu que tutela a pasta da Educação, Cultura, Juventude e Desporto, Tibor Navracsics, declarou: «o nosso património cultural é mais do que a memória do nosso passado; é a chave para o nosso futuro. O Ano Europeu do Património Cultural será uma oportunidade para insistirmos na importância social e económica do património cultural e para promovermos a excelência europeia neste setor. Lanço um apelo ao Parlamento e ao Conselho para que apoiem a nossa proposta e convidem todas as partes interessadas a contribuir para que esta iniciativa seja um êxito».

O património cultural desempenha, além disso, um importante papel económico. O setor do património cultural emprega diretamente mais de 300 000 pessoas na Europa e 7,8 milhões de empregos estão indiretamente ligados ao património cultural, por exemplo, no setor do turismo e da construção, e dos serviços auxiliares como os transportes, e os serviços de interpretação, manutenção e segurança.

Só em 2011, as atividades do património cultural totalizaram 8,1 mil milhões de euros, em França, gerados por museus, sítios de interesse, edifícios históricos e atrações turísticas, bibliotecas e arquivos.

Em 2018, o Ano do Património Cultural será uma ocasião para «destacar a importância da cultura europeia e para dar a conhecer tudo o que a UE é capaz de fazer em termos de conservação, informatização, infraestruturas, desenvolvimento da investigação e das competências, para mencionar só algumas das áreas apoiadas pelos programas de financiamento da UE como a Europa Criativa, por exemplo».

Igreja-de-Santa-Maria-do-Castelo-TaviraSerão organizados eventos em toda a Europa, bem como campanhas de informação, educação e sensibilização.

Será igualmente uma oportunidade para procurar «dar resposta aos desafios colocados por um novo quadro de redução dos orçamentos públicos no setor da cultura, de declínio do número de participantes em atividades culturais tradicionais, de pressões ambientais sobre os sítios do património cultural, de alteração da cadeia de valor e de transformação digital».

Em conformidade com a recente comunicação conjunta «Rumo a uma estratégia da UE para as relações culturais internacionais», promoverá a preservação do património cultural como elemento fundamental das políticas externas da UE, à procura de respostas para a destruição criminosa do património cultural em zonas de conflito e contra o tráfico ilícito de artefactos culturais.

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