Pela primeira vez, o Festival F terá um artista estrangeiro

Chama-se Criolo, mas não vem de África. É do Brasil que chega o primeiro artista estrangeiro de sempre a atuar no Festival […]

Mazgani

Chama-se Criolo, mas não vem de África. É do Brasil que chega o primeiro artista estrangeiro de sempre a atuar no Festival F. Apresentado oficialmente segunda-feira, em Faro, sob um sol abrasador, a edição deste ano do «F» terá várias novidades: o aumento do recinto, que invade o Largo da Sé, o fim do palco D. Afonso III, mas também o aumento do preço dos bilhetes. 

Em termos musicais, a inclusão de um nome internacional num festival que até agora tinha sido exclusivamente dedicado a artistas portugueses é a grande novidade. Mas o destaque vai para Ana Moura, «que em Abril esgotou o Teatro das Figuras três vezes e teria esgotado cinco», disse o diretor deste espaço cultural e coordenador do «F» Joaquim Guerreiro, na conferência de imprensa de apresentação do festival.

foto f 3 (Medium)Há, de resto, outros nomes consagrados como Pedro Abrunhosa ou os GNR que, 25 anos depois, voltarão a atuar no Largo da Sé de Faro, mas também Richie Campbell, Diabo na Cruz e Gisela João, entre muitos outros, como o Sul Informação já revelou ontem.

Aos nomes anunciados ontem, os «principais» e nos quais apenas figurava um algarvio, Sam Alone, juntar-se-ão em breve outros, de artistas da região, que também terão a oportunidade de atuar no «F».

Joaquim Guerreiro justificou a aposta em Criolo com «a oportunidade única que surgiu» de contratar o artista. Quanto ao facto de esta aposta se desviar do conceito inicial do Festival, exclusivamente luso, o coordenador do «F» defende que «não se pode ser demasiado rígido» e que este tipo de eventos tem de se saber adaptar, para ir ao encontro dos desejos do público.

Ainda no campo das novidades, este ano o Festival F vai estender-se «por toda a Vila-Adentro», aumentando para uma área total de 3,2 hectares. A única exceção serão «algumas ruas, por razões de mobilidade e segurança»,  anunciou o vice-presidente da Câmara de Faro Paulo Santos.

Isto aumentará a capacidade do recinto que, segundo Paulo Santos, passará a poder acolher 12 mil pessoas, por dia, mais duas mil do que na edição de 2015. Ainda assim, a organização continua a apontar para uma média de 10 mil pessoas por dia, até porque a ideia é que «as pessoas se sintam confortáveis» e possam «circular à vontade».

Também o fim do palco D. Afonso III está muito ligado a esta questão. «As bancas de street food não tinham espaço para colocar mesas e cadeiras, o que levava a que as pessoas tivessem de comer em pé. Assim, juntámo-las todas no Largo Afonso III e criámos condições para a instalação de esplanadas», disse Joaquim Guerreiro.

Mas também há outras razões para acabar com o palco neste largo. «Retirámos o palco do Largo D. Afonso III também por razões técnicas, já que estava muito próximo do palco Muralhas», explicou, por seu lado, Paulo Santos.

foto f 2 (Medium)Além da música, o «F» contará com iniciativas ligadas à gastronomia, ao artesanato, ao cinema, à literatura, às artes plásticas e ao stand-up comedy. «Este é um evento para netos, pais e avós, havendo propostas artísticas para todas as idades e gostos», disse Vasco Sacramento, da empresa “Sons em Trânsito”, uma das entidades responsáveis pela organização do Festival.

Quanto ao orçamento, será de 280 mil euros, idêntico ao ano passado. «Queremos que, à semelhança do que aconteceu em 2015, o festival seja autossustentável. Há um investimento inicial da autarquia e do Teatro Municipal e acreditamos que, no final, isso seja coberto pelas receitas de bilheteira», explicou Paulo Santos.

Falando em bilheteira, o preço dos bilhetes aumenta, em 2016. Quem não adquirir um dos primeiros 2 mil bilhetes para os dois dias do festival, que custam 20 euros, terá de investir mais do que há um ano. Esgotado este lote, os bilhetes de festival passam a custar 25 euros e os diários 15 euros. Um aumento que está ligado, segundo Joaquim Guerreiro, ao facto «de também o cartaz ser muito melhor».

Houve, também, uma candidatura a financiamento por parte da CRESC Algarve 2020 para o Festival F, que está à espera de resposta.

«Queremos ser o melhor festival de Verão do Algarve», anunciou o presidente da Câmara de Faro Rogério Bacalhau. E complementou: «Não há outro festival com estas caraterísticas. Tenho a certeza de que será um êxito».

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