Primeiro filme produzido pelo algarvio Miguel Valverde estreia hoje em Portimão, Lisboa e Porto

Miguel Valverde, um dos fundadores e responsáveis pelo Festival IndieLisboa, nasceu em Portimão e foi aqui que começou a escrever […]

aqui em lisboaMiguel Valverde, um dos fundadores e responsáveis pelo Festival IndieLisboa, nasceu em Portimão e foi aqui que começou a escrever e a interessar-se por cinema, quando era ainda adolescente. É por isso que, a par de Lisboa e do Porto, Portimão é palco da estreia, esta quinta-feira, 19 de Maio, do filme «Aqui, em Lisboa – Episódios da vida de uma cidade», de que foi produtor.

«Eu queria muito que, por ser a minha primeira produção de maior fôlego, o filme estreasse em mesmo tempo em Lisboa, no Porto e em Portimão, e isso foi conseguido, graças à colaboração do senhor Matos, do Algarcine», contou Miguel Valverde, em entrevista ao Sul Informação.

«Aqui, em Lisboa – Episódios da vida de uma cidade», depois de ter sido exibido em vários festivais internacionais (Festival do Rio, Festival du Nouveau Cinéma, Festival de Turim, BAFICI – Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, entre outros), chega agora à estreia nas salas portuguesas, pelas mãos da NOS Lusomundo Audiovisuais.

A partir desta quinta-feira, 19 de Maio, o filme estará em exibição em Lisboa, Porto e Algarve nas salas Cinema Ideal, NOS Amoreiras, NOS Dolce Vita Porto, UCI Lisboa e Algarcine Portimão.

A aventura do «Aqui em Lisboa», um filme que cruza ficção com documentário, passando pelos universos da fábula e da comédia absurda, e feito a quatro mãos, começou há três anos. Foi produzido por ocasião do 10º aniversário do IndieLisboa e é o resultado do convite que o Indie endereçou a quatro dos realizadores que marcaram a história do festival e que produzem, hoje, alguns dos filmes mais emblemáticos do cinema independente: Denis Côté (Les États Nordiques, 2006; Curling, 2011; Bestiaire, 2012; e Boris sans Béatrice, 2016, estreado em Berlim), Dominga Sotomayor (vencedora do Grande Prémio Cidade de Lisboa, em 2012, com De jueves a domingo), Gabriel Abrantes (vencedor do prémio para Melhor Curta Metragem Portuguesa no IndieLisboa 2016 com The Hunchback) e Marie Losier (vencedora do Grande Prémio Cidade de Lisboa, em 2011, com The Ballad of Genesis and Lady Jaye).

Miguel Valverde«A ideia era convidar realizadores com grande reconhecimento no Indie, mas também que, quando tivessem vindo cá, tivessem sentido que a cidade de Lisboa poderia ser cenário para os seus filmes», explica Miguel Valverde.

«A Dominga Sotomayor, por exemplo, que é chilena, tem a paisagem da cidade de Santiago do Chile muito presente nos seus filmes. E o olhar que ela tem sobre Santiago é muito parecido à forma como eu sinto a cidade de Lisboa», acrescenta o agora produtor de cinema.

«O que se pretendia, eram realizadores que entendessem a cidade de Lisboa não sob o ponto de vista turístico, mas de alguém que está muito próximo».

O filme inclui quatro histórias, cada uma filmada por um dos quatro realizadores convidados: Denis Côté, Dominga Sotomayor, Gabriel Abrantes e Marie Losier. «Era um desafio que cada um deles viesse cá filmar uma história pensada por eles, tendo como cenário a cidade de Lisboa». E os resultados, apesar de pontos em comum, não podiam ser mais díspares. Mas, curiosamente, o filme funciona como um todo.

Miguel confessa que pensou o projeto a partir das «Histórias de Nova Iorque», no sentido de construir um mosaico de imagens e visões diferentes de uma mesma cidade. «Os realizadores tiveram total autonomia, nenhum deles sabia da história dos outros, e eu, enquanto produtor, fui apenas reorientando para que eles filmassem em sítios diferentes».

No entanto, «à medida que as rodagens avançaram, foram encontrando coisas em comum e que passaram a ser recorrências do filme», revela Miguel Valverde. Que coisas? «O peixe, por exemplo, é comum a quase todos. O que também aparece um pouco por todo o lado é o fado. Mesmo numa das histórias, em que a música é o jazz, aparece uma alusão ao local onde nasceu Amália. Não foi nada que lhes tenhamos pedido. Os quatro realizadores é que chegaram a essas coisas em comum, por si próprios».

freud_aqui em lisboaE como correu esta primeira experiência como produtor de um filme? Miguel Valverde recorda que já tinha produzido «curtas metragens experimentais em 2011», mas nada com este fôlego. «É muito diferente trabalhar com cineastas internacionais, para mais quando dois deles filmaram em película», conta ao Sul Informação.

O filme, que agora chega finalmente à estreia comercial em salas de cinema, tem estado também a fazer o seu percurso nos festivais de todo o mundo, quer como um todo, em formato de longa metragem, quer cada uma das histórias como uma curta metragem. Neste último caso, são apresentadas «novas versões, um pouco mais longas, de cada um dos segmentos».

Mas o filme que hoje estreia em cinco salas de Lisboa, Porto e Portimão (Algarcine), é a versão total, de longa metragem. Será uma fita para agradar a um público muito alargado? Miguel Valverde admite, sem problemas: «é um daqueles filmes que ou se ama ou se odeia!». A ver vamos!

 

Veja o trailer:

 

 

 

cartaz do filme Aqui em LisboaAqui, em Lisboa

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Documentário, Ficção, 2015, 88′, DCP

Argumento: Denis Côté, Dominga Sotomayor, Gabriel Abrantes, Marie Losier

Fotografia: André Santos, Diogo Costa Amarante, Jorge Quintela, Rui Xavier

Som: Marco Leão, Rafael Cardoso, Miguel Cabral

Com: Francisca Castillo, João Canijo, Carloto Cotta, Cláudia Leal, Martinho de Jesus, Joana de Verona, Patrícia Leal, Carloto Cotta, Sónia Balacó, Gabriel Abrantes, Filipa Anika, David Phelps, Cláudia Jardim, Joana Barrios, Natxo Checa, Norberto Lobo, Deborah Krystal, Cindy Scrash, Alda Cabrita, João Pedro Rodrigues, João Rui Guerra da Mata, Simon Damour, Carlos Conceição, Bernardo Lacerda, Antoine Barraud, Didier D’Abreu, Pedro Pereira, Eduardo Moreira

Produtor: Miguel Valverde

Produção: IndieLisboa – Associação Cultural

Países: Portugal

 

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