Intervenção artística de Xana na Ermida de Guadalupe abre hoje ciclo «Derivas Continentais»

«Floração Secreta», intervenção artística de Xana, abre esta tarde, às 16h00, na Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, na Raposeira […]

expo Xana Ermida c logo-1«Floração Secreta», intervenção artística de Xana, abre esta tarde, às 16h00, na Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, na Raposeira (Vila do Bispo), o ciclo «Derivas Continentais», que há-de continuar com seis outras intervenções, neste mesmo monumento e ainda no Castelo de Aljezur e na Fortaleza de Sagres.

Susana de Medeiros, artista plástica e dirigente da Tertúlia Associação Sócio-Cultural de Aljezur, que organiza este ciclo no âmbito do programa de Divulgação e Valorização dos Monumentos (DiVaM), da Direção Regional de Cultura do Algarve, explicou que, em Guadalupe, «cinco artistas plásticos – com trabalhos na área do desenho, da pintura, do som, da escultura e ou da instalação – foram convidados a intervir, individualmente, de forma temporária na Ermida de modo a relacionar-se com o espaço e a realizar um trabalho site-specific ou próprio do lugar. Realizam, para isso, um mapeamento do espaço de forma a partir, na execução das obras, do espírito do lugar».

Susana de Medeiros, acrescentou, em declarações ao Sul Informação, que «cada artista irá expor no espaço da Ermida por um período de duas a três semanas, ficando assegurada, no entanto, a utilização do espaço para outras atividades que possam ocorrer no seu interior, como concertos ou teatro, por exemplo».

Na inauguração de cada exposição/intervenção artística, irá acontecer um evento que tenta articular as artes visuais com outras áreas – a área da performance e da música (concertos de música Jazz). A única exceção será precisamente este sábado, já que Xana se apresenta sozinho.

«A partir do espírito do lugar, que foi o tema genérico proposto para o DiVaM deste ano, é desenvolvido o trabalho de um conjunto de artistas visuais e performativos», explicou ainda Susana de Madeiros.

Para a Ermida de Guadalupe, estão previstas outras cinco intervenções artísticas, que, à exceção da de Xana, são «peças colaborativas», em que «um artista das artes performativas irá trabalhar a partir do que o artista visual propõe».

Ermida de GuadalupeAssim, depois de Xana (entre 30 de Abril e 3 de Junho), irão ainda apresentar-se a artista plástica Ana André, com concerto de Música Jazz de Zé Eduardo e Hilária Kramer (11 de Junho), o artista plástico Bertílio Martins, com peça performativa de Sandro William Junqueira (9 de Julho), a artista plástica Milita Doré, com performance musical de João Madeira e Hilária Kramer (10 de Setembro), e ainda, a finalizar, no dia 15 de Outubro, a inauguração da intervenção artística da artista plástica Susana de Medeiros e de Conceição Gonçalves, com peça performativa de Luís Godinho. Todas estas intervenções e performances começam às 16h00 e às 17h00, respetivamente.

A exposição de Xana, que abre este sábado, «pretende a inscrição de ícones pessoais que dialoguem com o local, construindo uma nova realidade utilizando um discurso visual subjetivo».

Mas o ciclo, acrescenta Susana de Medeiros, inclui ainda uma intervenção artística na Fortaleza de Sagres, denominada «Peregrinação – A partir dos painéis de São Vicente de For», dos artistas Ana Celorico Machado, Bettina Semmer, Jacinto Palma Dias, Joana Villaverde e Pedro Leitão (em Setembro), e outra no Castelo de Aljezur e centro histórico (Igreja da Misericórdia), com «Corações ao alto», por Margarida Mestre, apresentada como «uma experiência de canto e de escuta», em finais de Maio.

«Corações ao alto» é um conjunto de peças vocais construídas originalmente a partir da experiência da escuta de celebrações religiosas que se praticam na cidade de Lisboa. Este evento, que vai durar vários dias, inclui ateliês-ensaios com a participação da população, ou seja, das pessoas da comunidade que depois irão participar nas duas apresentações públicas da peça vocal.

 

Quem é Xana?

Xana
Xana: intervenção escultórica “Uma Casa no Céu”, no Parque de Escultura Contemporânea Almourol, Vila Nova da Barquinha (2012)

Xana (Alexandre Barata) nasceu em Lisboa em 1959 e licenciou-se em Artes Plásticas pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1984, ano em que passa a residir em Lagos no Algarve.

É co-autor do projeto de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade do Algarve, onde é professor convidado desde 2004.

Como artista visual, realizou desde 1981 diversas exposições, cenografias ou intervenções em espaços públicos. Em 2005, a Culturgest, em Lisboa, apresentou uma seleção antológica das suas obras, intitulada “Arte Opaca e Outros Fantasmas”.

Nos últimos cinco anos, tem centrado o seu trabalho artístico na criação de instalações/construções temporárias de arte pública.

Nesse âmbito, destaca-se a construção, em 2009, um grande “Arco do Triunfo” no Passeio de Gràcia em Barcelona. Apresentou em 2010, nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, a instalação “Assembleia”, integrada na exposição “Res Publica”. De Fevereiro a Junho de 2012 realizou no Museu do Chiado” a instalação “Nova Assembleia e algumas próteses”.

Constrói, na primavera de 2012, no Parque de Escultura Contemporânea Almourol, Vila Nova da Barquinha, a intervenção escultórica “Uma Casa no Céu”. Em 2013 realizou a instalação “Amor Libera Lux” no âmbito da iniciativa “Vicente’ 13” em Belém, Lisboa.

Xana está representado em diversos museus e coleções públicas, nomeadamente no Museu de Serralves, no Porto, Kunstlerhaus-Musonturm, em Frankfurt, na Fundação Luso-Americana e Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

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