Entrevista: Algarvio João Virgínia brilha no Arsenal e sonha ser dos melhores do mundo

João Virgínia é guarda-redes, tem 16 anos, é algarvio e anda nas “bocas do mundo” em Inglaterra depois de ter […]

joao virginiaJoão Virgínia é guarda-redes, tem 16 anos, é algarvio e anda nas “bocas do mundo” em Inglaterra depois de ter defendido cinco pénaltis em dois jogos, ajudando o clube que representa, o Arsenal, a conquistar a Future Cup, em Março. Frente ao Barcelona, nas meias-finais, defendeu dois pénaltis e, na final, frente ao Anderlecht, decidiu a partida defendendo mais três.

O jovem algarvio, que começou a jogar no Ferreiras, onde, quando fazia falta, dava uma ajudinha no ataque, é apontado como uma grande promessa das balizas mundiais, mas João Virgínia não faz disso uma certeza. Promete muito trabalho para poder vir a entrar no lote dos melhores do mundo no futuro, e vir a disputar um Europeu ou um Campeonato do Mundo com a camisola da Seleção Nacional.

Em entrevista ao Sul Informação, João Virgínia falou do presente – da sua experiência em Inglaterra -, do passado – lembrando os tempos em que jogava no Ferreiras -, e perspetivou o futuro.

Sul Informação – Como está a correr a tua experiência em Inglaterra? A julgar pela tua recente prestação na Future Cup, está a correr bem…

João Virgínia – Está a correr muito bem, tenho evoluído muito como jogador e como pessoa. O Arsenal acolheu-me muito bem, o que facilitou a minha adaptação. Penso que fiz um bom torneio Future Cup, e isso demonstra o trabalho que tenho desenvolvido esta época.

SI – Uma das tuas referências enquanto guarda-redes é o Petr Cech, que agora joga no mesmo clube que tu. Como é treinar com com ele?

JV – O Petr Cech sempre foi uma das minhas referências, tenho uma oportunidade fantástica de aprender com ele. Treino com ele quando vou à primeira equipa, é um excelente profissional, trabalha muito e tem muita experiência. Ele é um ótimo colega de trabalho e está sempre disposto a dar conselhos.

SI – E com Arséne Wenger, o treinador do Arsenal, já tiveste alguma conversa com ele?

JV – Apenas nos cumprimentámos. Sei que ele é um excelente observador dos jogadores mais jovens.

SI – Saíste do Algarve muito cedo para o Benfica, até que foste para Inglaterra no ano passado. O que te levou a aceitar a mudança tão cedo para um país diferente, e especificamente para o Arsenal, uma vez que havia mais interessados na tua contratação?

JV – O Arsenal foi o clube que me apresentou o melhor projeto para eu continuar a evoluir como jogador. A filosofia de trabalho no clube é potenciar jogadores para a primeira equipa e o ambiente no Training Center é muito positivo.

SI – Onde te vês daqui a cinco anos? Onde gostarias de estar?

JV – Vejo-me a jogar na Premier League, ou num dos principais campeonatos europeus. No Arsenal e na Premier League, é o meu objetivo.

joao virginia 2SI – Como começou o teu gosto pelo futebol e pela baliza?

JV – Sempre joguei futebol na escola. Ao princípio, comecei a jogar a avançado, mas cedo descobri uma paixão pela baliza. Os meus colegas disseram que eu era bom a guarda-redes, inscrevi-me no Ferreiras e, dois anos depois, fui para o Benfica.

SI – Do tempo do Ferreiras, do que é que te lembras? Ainda mantens contacto com treinadores ou antigos colegas?

JV – Do Ferreiras, lembro-me de alguns treinadores, do roupeiro Ademar, de alguns colegas e do presidente Colaço que, à distância, me tem acompanhado.

SI – Mas no Ferreiras não jogavas só a guarda-redes. Constou-nos que também davas uma ajuda no ataque…

JV – Sim, ia para ponta-de-lança, mas só na segunda parte do jogo, normalmente quando já estávamos a perder. Foi bom para saber como um atacante se sente quando está com a bola em frente da baliza.

SI – E isso ajudou-te de alguma forma, agora enquanto guarda-redes?

JV – Era cedo para tirar conclusões [risos].

SI – Quais são os teus pontos fortes? Aparentemente defender pénaltis é um deles…

JV – Sou rápido, tanto a reagir, como a pensar. Isso ajuda-me muito a defender, a ler o jogo e a orientar a defesa. Jogo bem com os pés e ajudo a minha equipa no ataque. Nos pénaltis, os guarda-redes têm que ler o adversário e eu faço isso bem.

SI – E o que ainda tens a melhorar?

JV – O principal ponto a melhorar é a experiência, e isso vou adquirir com o tempo. Noutros aspetos, espero evoluir, estou ainda numa fase de crescimento e sinto que ainda tenho uma margem de progressão muito boa.

SI – Onde podes, ou queres chegar? Quais os teus objetivos para a carreira?

JV – Jogar na Premier League ou num dos principais campeonatos europeus. Jogar na Liga dos Campeões, num Europeu e num Mundial. A carreira de um guarda-redes pode ser longa e eu pretendo tirar o máximo proveito disso.

SI – Podes vir a ser um dos melhores do mundo?

JV – Acredito que, com trabalho, posso atingir os meus objetivos. Qual é o guarda-redes que, na minha idade, não sonha em ser um dos melhores?

SI – Sendo que tens 16 anos, estás em idade de estudar, como concilias o futebol com a escola?

JV – Em Inglaterra, a educação é uma prioridade da FA para os atletas que ainda não concluíram os seus estudos, para isso, foi criado pela Premier League um programa de ensino para atletas de alta competição. Este curso dá equivalência ao 12º ano do ensino em Portugal e possibilita-me a entrada na Universidade. Tenho treinos de manhã e escola à tarde, não tenho que me deslocar, porque os professores vêm ao Training Center.

SI – E como é o teu aproveitamento, ainda para mais a estudar no estrangeiro?

JV – Sempre fui bom aluno. O sistema de ensino em Inglaterra é diferente do nosso e até é mais fácil. O meu inglês é bom e não tive qualquer obstáculo na aprendizagem e aproveitamento.

 

 

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