Abril é um mês com muitas coisas interessantes para observar no céu

No dia 1, Júpiter será a “superestrela” visível logo ao anoitecer, a Sudeste. Mas, para ver mais objetos do Sistema […]

O céu virado a Sudoeste às 21h00 do dia 10 de abril
O céu virado a Sudoeste, às 21h00 do dia 10 de Abril

No dia 1, Júpiter será a “superestrela” visível logo ao anoitecer, a Sudeste. Mas, para ver mais objetos do Sistema Solar, será preciso esperar algumas horas, pois Marte só nasce às 00h30, Saturno meia hora depois, e a Lua só nasce às 3 da manhã.

A Lua Nova será no dia 7 e, no dia seguinte, têm o desafio do mês, mas que só vale o esforço se tiverem o horizonte completamente desimpedido a Oeste. Nesse dia, um finíssimo crescente da Lua passará a 6 graus de Mercúrio, mesmo ao anoitecer. O planeta só deverá ser visível a partir das 20h30, com Mercúrio e a Lua a passarem abaixo do horizonte cerca das 21h30.

No dia 10 (ver a figura acima), a Lua estará na constelação do Touro. Nessa zona do céu, por volta das 21h00, poderão encontrar vários objetos interessantes, alguns só visíveis a olho nu em céus escuros (ou com binóculos, em céus com poluição luminosa).

Começando à direita da Lua, a cerca de 12 graus (aproximadamente a zona do céu tapada por um punho fechado à distância de um braço estendido), está o enxame das Plêiades, um aglomerado com cerca de 1000 estrelas extremamente jovens. Em Portugal, são conhecidas como o “sete estrelo”, por serem sete as estrelas facilmente observáveis a olho nu.

O céu virado a Sul, por volta das 4 da manhã do dia 25 de Abril
O céu virado a Sul, por volta das 4 da manhã do dia 25 de Abril

Já abaixo das estrelas do cinto de Orion, as “3 Marias”, encontra-se a Nebulosa de Orion, a maternidade de estrelas mais próxima de nós. Esta nebulosa, com 25 anos-luz de extensão, tem uma massa correspondente a 2000 sóis.

Seguindo as “3 Marias” para a esquerda, em linha reta, chegamos à constelação do Cão Maior, e à estrela Sirus, a estrela mais brilhante do céu à noite. Esta é na realidade um sistema binário, composto por uma estrela azul (Sirius A), com praticamente duas vezes a massa e o diâmetro do Sol, e uma anã branca (Sirius B), que concentra praticamente a massa do Sol numa esfera do tamanho da Terra.

Continuando a viagem pelo céu, no dia 14, a Lua atingirá o Quarto Crescente, e, no dia 17, passará a 3 graus de Júpiter. Já o dia 18 será o melhor para observar Mercúrio, com o Sol a pôr-se por volta das 20h30 e Mercúrio apenas às 22h00.

Dia 22, será o dia do máximo da chuva de estrelas das Líridas, mas esta chuva de meteoros deverá ser “engolida” pelo brilho intenso da Lua Cheia.

Dia 24, a Lua nasce às 23h00 e Marte, a apenas 4 graus de distância, nasce às 23h30. Meia-hora mais tarde (já no dia 25) surge Saturno e a estrela Antares, da constelação do Escorpião. Este quarteto formará uma curiosa conjunção – uma espécie de “vela”, que passará a Sul perto das 4 da manhã.

E para acabar o mês, no dia 30, a Lua estará em Quarto Minguante.

Boas observações!

 

Autor: Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

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