São muitos, trazem consigo um número recorde de montadas e fazem-se acompanhar por muita gente. Cavaleiros de 28 países de vários continentes vão fazer do Algarve a sua casa, durante sete semanas, em mais uma edição da Vilamoura Atlantic Tour, que começou esta semana e vai decorrer até 3 de Abril, no Centro Equestre de Vilamoura.
Uma autêntica invasão de turistas, que contraria a tradicional sazonalidade da região e que os agentes económicos locais agradecem (muito).
E não é caso para menos, já que os números impressionam, tanto ao nível da ocupação hoteleira como ao do retorno esperado para a economia local. Entre cavaleiros e acompanhantes, o evento atrai diretamente cerca de duas mil pessoas, a que se espera que se juntem outras tantas, pelo menos durante os fins-de-semana.
Isto significa lotação esgotada, num dos períodos mais difíceis para as cadeias de hotéis, e muito negócio para empresários dos mais variados setores, principalmente os que operam em Vilamoura e Quarteira, as localidades que ficam mais próximas do local que acolhe o evento.
«Esperamos que sejam gastos 3 a 4 milhões de euros, por semana, o que dará um retorno direto para a economia de 23 ou 24 milhões de euros», ilustrou António Moura, o grande impulsionador desta prova internacional de hipismo, organizada pelo Clube Hípico de Vilamoura, em parceria coma Federação Equestre Portuguesa.
Números que colocam um sorriso nos lábios dos presidentes da Câmara de Loulé de da Região de Turismo do Algarve, Vítor Aleixo e Desidério Silva, que marcaram presença na apresentação do evento.
«Este evento é realizado numa altura de época baixa, que é quando nós precisamos de ter atividades que atraiam turistas e dormidas. (…) Este é um projeto que já é estruturante para o Algarve», ilustrou Desidério Silva.
Vítor Aleixo salientou a importância que o Atlantic Tour tem para a economia local, assumindo «o compromisso da autarquia com o desporto», não só ao nível das modalidades amadoras e da formação de atletas, mas também «nestas iniciativas de cariz mais empresarial», que trazem elevados dividendos para o concelho, principalmente para Vilamoura e Quarteira.
Outra “cidade” onde se gerará muito dinheiro é a que foi montada, no Centro Equestre de Vilamoura, que acolheu a apresentação oficial do Atlantic Tour, esta quinta-feira.
A organização montou tendas gigantescas, que aumentaram a área coberta do centro em mais 12 mil metros quadrados, estruturas que, na sua larga maioria, servem para acolher os cerca de mil cavalos presentes, «o número mais elevado de sempre», bem como muitos serviços, para humanos e equídeos.
As estrelas de quatro patas terão boxes com todas as condições, onde ficam acomodados, mas também terão direito a alguns mimos. «Temos, este ano, um Spa para cavalos. É a primeira vez que este serviço é prestado num evento na Europa, embora já seja prática nos Estados Unidos», revelou António Moura.
O principal mentor do Vilamoura Atlantic Tour frisa que este spa não é um luxo ou algo acessório, mas sim uma mais valia para a competição. «Os cavalos podem ir para o spa, depois da competição, o que lhes dá grande conforto e permite uma mais rápida recuperação para a próxima prova», disse.
À disposição de cavaleiros, acompanhantes e visitantes também estão diversas lojas com os mais variados produtos, bem como dois restaurantes, um dos quais funciona «das 7 às 2 horas».
Esta vertente social é muito importante, já que este é um tipo de iniciativa que atrai muita gente, entre a qual proprietários de cavalos e investidores. Ou seja, é um local para se fazer negócios, muitos deles envolvendo milhões, já que o dinheiro não é (de todo) problema para muitos dos visitantes, entre os quais não é raro contarem-se membros da realeza. Basta dizer que há cavalos que valem milhões de euros e é habitual haver negócios de venda de animais, já que as provas servem, também, como uma montra para potenciais compradores.
Tudo isto poderá levar a que se pense que este é um evento que está fechado à população em geral e que não é acessível para a larga maioria das pessoas, «preconceito» refutado por António Moura. «As pessoas podem pensar em não vir, pois tudo é demasiado caro. Não é assim. A entrada é livre e convidamos todos a vir até aqui, para acompanhar este evento», ilustrou.
Vilamoura Atlantic Tour com classificativas para Jogos Olímpicos e para Europeu
A componente financeira e a dinâmica social assume uma grande importância, quando se fala do Vilamoura Atlantic Tour, mas esta é, primeiro que tudo, uma prova desportiva. E também aqui está bem patente a consolidação do evento, neste terceiro ano de existência.
Nas próximas semanas, decorrerão três classificativas, para o Campeonato Europeu e para os Jogos Olímpicos, o que leva a que estejam presentes no Algarve «alguns dos melhores cavaleiros a nível mundial».
Um atrativo extra, principalmente para os que tiverem a perspetiva de estarem presentes, no Verão, nas Olimpíadas que decorrerão no Rio de Janeiro, é o facto da pista principal do Centro Equestre de Vilamoura «ser em tudo semelhante às que serão instaladas para os Jogos Olímpicos». Esta pista foi renovada recentemente e construída pelas mesmas pessoas que estão a fazer as do Brasil.
Também aliciante é o prémio monetário, que ascende a um total de 800 mil euros – «há provas com prémios em dinheiro todos os dias, menos às segundas-feiras».
Montar um evento desta envergadura custa muito dinheiro, perto do milhão e meio de euros. Mas os apoios são, cada vez menos, uma questão. António Moura revela que «há um interesse crescente dos patrocinadores, com muitos a procurarem-nos, pois estão interessados em associar-se ao Vilamoura Atlantic Tour». Entre eles, estão muitos parceiros locais, mas também, e «pela primeira vez, patrocinadores estrangeiros».
O apoio surge, igualmente, de entidades públicas da região, como a Câmara de Loulé e a Região de Turismo do Algarve, que estão ligadas ao evento desde a primeira edição.
Veja as fotos do Vilamoura Atlantic Tour:
(fotos: Hugo Rodrigues|Sul Informação)
Fotos de Hugo Rodrigues/Sul Informação
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