António Eusébio será o único candidato ao cargo de presidente da Federação do PS no Algarve. O consenso para a recandidatura do atual dirigente da estrutura regional socialista foi atingido após um diálogo interno e acontece em prol «da estabilidade interna» e de um enfoque «nas lutas que se avizinham».
«Chegámos a acordo de que necessitamos de estabilidade, para termos mais tempo para dedicar aos assuntos exteriores ao partido», ilustrou António Eusébio, em declarações ao Sul Informação. «As nossas prioridades, neste momento, são as Eleições Autárquicas de 2017 e o cumprimento das promessas eleitorais feitas pelo PS aos algarvios», acrescentou.
As «principais bandeiras eleitorais do PS no Algarve» fazem parte da moção de recandidatura do presidente da Federação para as eleições que vão decorrer em Março, apresentada esta segunda-feira, no auditório da Biblioteca Municipal de Faro.
«As nossas lutas vão passar pela melhoria do Serviço Nacional de Saúde na região, que se tem vindo a degradar fortemente nos últimos quatro anos. Queremos melhorias ao nível dos hospitais e dos cuidados de saúde primários. Também a requalificação da EN125, a criação de emprego e a redução do valor das portagens fazem parte do programa», resumiu.
Neste último caso, o também deputado eleito pelo Algarve revela que os parlamentares socialistas algarvios têm «insistido junto do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas», no sentido de que seja aplicada uma redução das taxas cobradas na A22. «Tem-nos sido transmitido que o assunto está em estudo. Se conseguirmos que a redução aconteça já este ano, será uma grande ajuda para os algarvios», considerou.
Já ganha, está a luta pelo avanço da eletrificação da linha férrea, «uma obra determinante para o Algarve cujo avanço, felizmente, o ministro Pedro Marques já anunciou».
Um sinal importante dado pelo executivo liderado por António Costa, já que a coerência entre o que foi prometido e o que é efetivamente cumprido é importante para o líder da Federação socialista algarvia.
«Compreendemos que o Governo não consiga implementar tudo logo nos primeiros meses do exercício de funções. Mas a credibilidade da política e do exercício de funções, dependem da nossa capacidade de honrar a nossa palavra», considerou, no seu discurso de apresentação do programa de candidatura.
António Eusébio apresentou propostas, mas está aberto a contributos «de todos os que os quiserem dar, não apenas militantes», de modo a completar a moção «Algarve com Rumo», que será apresentada no Congresso Regional do PS, marcado para 19 de Março. «Irei promover, até ao dia das eleições, 4 ou 5 de Março, sessões nas concelhias, abertas a militantes e simpatizantes», disse.
Esta abertura ao exterior foi precedida de um processo de aproximação interno. «Tivemos dois anos em que houve uma disputa interna no partido. Era hora de acabar com ela», resumiu António Eusébio.
Uma visão partilhada pelo presidente da Câmara de Olhão António Pina, que há alguns meses admitiu poder ser candidato à presidência da Federação. O edil socialista disse ao Sul Informação que não avançará com uma candidatura, em nome da «união interna do partido». «Conversámos e chegámos à conclusão que é muito mais aquilo que nos une, do que as nossas diferenças. Esta é a melhor forma de garantir que há a estabilidade necessária», disse.
As diferenças parecem estar sanadas, tendo em conta o número de pessoas presentes na apresentação do programa eleitoral de António Eusébio. «Foi algo que me impressionou: tivemos o auditório cheio, mesmo os corredores, e até houve pessoas que ficaram na Galeria da Biblioteca», contou, sem esconder a sua satisfação.
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