António Pina quer acabar com esgotos de Olhão para a Ria «nos próximos dois anos»

Uma boa parte do problema já está resolvido e a Câmara de Olhão conta eliminar quase todas as ligações ilegais […]

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Saída da rede pluvial do Porto de Pesca de Olhão_Foto de arquivo (Fevereiro de 2015)

Uma boa parte do problema já está resolvido e a Câmara de Olhão conta eliminar quase todas as ligações ilegais de esgotos ao sistema municipal de água pluviais do concelho que ainda existem «nos próximos dois anos», ou seja, até ao final do atual mandato.

O esforço para acabar com os esgotos que são ilegalmente deitados para a Ria Formosa irá continuar, garante o edil olhanense António Pina, que assumiu o combate a este foco de poluição como um ponto de honra do seu primeiro mandato.

No fundo, trata-se de dar seguimento ao trabalho que vem sendo feito pela empresa municipal Ambiolhão, que investiu 280 mil euros e passou cerca de dois anos a tentar descobrir, através de inspeções vídeo e humanas, qual a origem dos esgotos que contaminavam a rede de águas pluviais, que, como o nome indica, deveria servir apenas para captar a água da chuva e escoá-la para a Ria.

«Havia três pontos críticos na zona urbana de Olhão. Um era a rede pluvial que sai dentro do Porto de Pesca, que diria que está 100 por cento corrigida. Já não sai água de lá, a menos que chova, claro. Depois temos a zona do Cais T, que seria a mais emblemática. Aqui, diria que temos 40 a 50 por cento do problema já apanhado», disse António Pina, numa entrevista ao Sul Informação. Neste caso, as principais situações corrigidas reportam-se «ao Bairro da Cavalinha e a uma zona perto do Auditório Municipal».

O próximo passo, será “atacar” o coletor «que sai em frente à polícia», ou seja, na zona do hotel de 5 estrelas,  para onde estão previstos dois novos empreendimentos turísticos.  «Já começámos a enfrentar o problema, mas este é um trabalho que vai levar mais alguns anos. Espero que, nos próximos dois anos, consigamos resolver 80 a 90 por cento do problema. Estar a 100 por cento é sempre difícil, mas esse já será um grau satisfatório», enquadrou.

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Saída da rede pluvial do Cais do T de Olhão_Foto de arquivo (Fevereiro de 2015)

O tempo necessário para concluir esta operação deve-se ao facto de não ser um trabalho simples. «Corrigir esta situação não é só uma questão de dinheiro. Diria mesmo que o dinheiro não é o problema, porque não fica assim tão caro. O problema é encontrar as ligações ilegais, que é como encontrar agulhas em palheiros», assegurou António Pina.

Desde que a autarquia se propôs a eliminar estes focos de poluição, na sequência de um período de proibição de apanha de bivalves na Ria Formosa, há cerca de dois anos, foi necessário fazer «uma busca sistemática, aproveitando as novas tecnologias que existem». «Os robôs e a tecnologia vídeo vão permitindo que, paulatina e minuciosamente, se vão detetando estas ligações ilegais», algo que «dificilmente se conseguiria há 20 anos».

«Este é um problema com 30 ou 40 anos. Só na década de 80 é que começou o grande esforço de infraestruturação de saneamento e se começou a fazer as redes separativas, onde as águas pluviais vão para um lado e as residuais vão para um sistema próprio. No entanto, ficaram algumas coisas por fazer e, depois disso, alguns empreiteiros e mesmo pessoas particulares, construíram sem consciência cívica e cuidado com o ambiente, ligando erradamente os esgotos à rede pluvial, em vez de os ligarem à de águas residuais», enquadrou o presidente da Câmara de Olhão.

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