Luís Brito: «fica a vontade de voltar e de superar mais vezes o desafio» da regata Rolex Sydney Hobart

O velejador algarvio Luís Brito, que ontem, dia 30, terminou, com a restante tripulação do «Challenge» a difícil regata Rolex […]

Luís Brito

O velejador algarvio Luís Brito, que ontem, dia 30, terminou, com a restante tripulação do «Challenge» a difícil regata Rolex Sydney Hobart Yatch Race, no 53º lugar entre 108 embarcações de classes diferentes, e em 19º na classe IRC, 12º ORCi e 9º Corinthian, diz que «algumas horas depois de ter cortado a linha de chegada, sinto vontade de navegar».

Em declarações ao Sul Informação, depois de ter terminado a prova na cidade de Hobart, na ilha australiana da Tasmânia, o desportista portimonense faz um balanço da prova que lhe permitiu cumprir um sonho antigo: «esta edição da Sydney Hobart não foi uma das mais difíceis, mas foi uma foi mais longas. Ainda assim, foram mais de 30 as embarcações que abandonaram a regata por problemas técnicos causados pelos ventos de Sul fortes e pelo mar com que navegámos na primeira noite e no segundo dia de regata».

A largada, recorda Luís Brito, «foi um momento único, com 110 barcos a largarem na baía de Sydney com o objetivo de percorrerem 628 milhas náuticas. Apesar da linda distância, nenhuma embarcação quis ficar para trás e a luta por uma posição mais favorável foi intensa até à rodagem das bóias da saída da baía».

Depois, «foram cerca de 9 horas a navegar à popa com ventos ente os 15 e os 30 nós e a atingirmos velocidades de 20 nós. Divertido, mas arriscado, o suficiente para termos rasgado um spi e termos perdido o controlo do Challenge várias vezes», confessa o velejador português.

Mas as peripécias não se ficaram por aí. «De repente, e em não mais de 5 minutos, o vento passou de 30 nós de Norte para 35 nós de Sul. Aqui foi um pouco caótico para a tripulação pouco experiente do Challenge, mas, após rizarmos a vela grande e colocarmos o estai de tempestade, começámos a recuperar alguma distância para os nossos adversários mais diretos e, ao fim do segundo dia de regata, estamos em 3º da classificação da nossa classe».

Vieram a seguir «alguns momentos mais frustrantes, com uma noite sem vento e consequentemente sem progressão, o que se foi intercalando com momentos com vento variável de direção e cerca de 10 nós de intensidade durante todo o terceiro dia».

Luís Brito, com Alex Gilbert, a festejar, à chegada a Hobart
Luís Brito, com Alex Gilbert, a festejar, à chegada a Hobart

No quarto dia, acordámos a ver algumas ilhas que antecedem a Tasmânia e o vento de Norte que chegou aos 25 nós ajudou-nos a descer toda a costa» da ilha, recorda.

A entrada no rio Derwent, até à cidade de Hobart, «foi feita com vento de Sul fraco e, às 22 horas e 40 minutos locais, cortámos a linha de chegada e completámos a Sydney Hobart 2015».

Num balanço final, Luís Brito diz que «foi uma regata longa e difícil, sobretudo pela pouca experiência de grande parte da tripulação do Challenge». Alex Gilbert, um australiano que também integrou a tripulação do Challenge, considerou Luís como «um dos melhores marinheiros oceânicos com quem já velejei», sublinhando não só a qualidade do velejador português, como o espírito de camaradagem que se viveu a bordo, durante os quatro dias da prova.

Também por isso, Luís Brito realça que a regata foi «uma grande aprendizagem e um momento que só se pode viver uma vez em cada ano».

Por isso, acrescenta, «fica a vontade de voltar e de superar mais vezes este desafio».

Depois de uns copos com os companheiros de aventura para festejar e do descanso merecido, o velejador algarvio diz que «agora é momento de festejar e começar a planear o próximo ano e as próximas aventuras».

Luís vai ficar até dia 9 de Janeiro na Tâsmania, a descobrir os segredos desta enorme ilha ao sul da Austrália, e depois regressará a Portugal e ao Algarve.

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