Lídia Jorge e Guilherme d’Oliveira Martins apadrinham candidatura do Algarve a Património da UNESCO

A escritora algarvia Lídia Jorge e o ex-presidente do Tribunal de Contas e atual administrador executivo da Fundação Gulbenkian Guilherme […]

promontório de sagresA escritora algarvia Lídia Jorge e o ex-presidente do Tribunal de Contas e atual administrador executivo da Fundação Gulbenkian Guilherme d’Oliveira Martins apadrinham a candidatura promovida pelo Algarve à lista indicativa de bens portugueses candidatos a Património Mundial da UNESCO dos «Lugares da Primeira Globalização».

No processo participam oito municípios do Algarve, assim como os Açores, Madeira, Cabo Verde (Cidade Velha) e ainda o Norte de África, nomeadamente Ceuta e Alcácer Ceguer.

A candidatura conta agora com o apoio pessoal de personalidades ligadas à cultura e à preservação do património material e imaterial: Lídia Jorge e Guilherme d’Oliveira Martins. «Associar os lugares da primeira globalização – Algarve, Norte de África, Ilhas Atlânticas e Costa Atlântica Saariana – constitui um exemplo fundamental de diálogo entre culturas e de projeção futura de um conceito dinâmico de cultura de paz», declara o responsável da Fundação Gulbenkian.

Lídia Jorge revela: «coloco-me com todo o entusiasmo ao lado desta candidatura a património mundial da UNESCO. Sagres, bem como todos os outros lugares referenciados, constituindo no seu conjunto uma rota inicial nos caminhos físicos e mentais para a construção do chamado Novo Mundo, representam um património único no contexto europeu e global, enquanto marcos do início do que viria a ser uma nova era para os homens. […] Contemplar, com verdade, com discernimento, os lugares que foram palco do alvorecer da Modernidade e aprender com eles as novas rotas para o futuro, compagina-se perfeitamente com os desígnios desta candidatura da UNESCO.»

«Estamos honrados e gratos com o apoio público que duas das mais respeitadas personalidades da cultura portuguesa acabam de expressar à candidatura, que corresponde a uma enorme ambição para o Algarve e que evidencia a importância do património histórico da região, que estamos apostados em promover», manifesta o presidente da RTA Desidério Silva.

A candidatura integra elementos patrimoniais, mas também a história associada aos lugares, reconhecendo o seu valor universal.

O Algarve alberga vários locais, símbolos, mitos e personagens, que é fundamental salvaguardar na narrativa da história de Portugal e do Mundo. Estes «Lugares da Primeira Globalização», que se prendem com o período de abertura da expansão marítima das rotas comerciais, estão na génese de um novo modo de conceção do mundo e de relações entre os povos e detêm, assim, um valor universal a preservar. Estes lugares protagonizam o lançamento da civilização europeia no seu caminho para o projeto global que iria definir o mundo moderno e consideram-se pontos de partida para a transformação do mundo na era global atual.

O projeto conjunto da RTA, da Direção Regional de Cultura do Algarve, da Universidade do Algarve e dos municípios algarvios de Vila do Bispo, Lagos, Aljezur, Monchique, Portimão, Silves, Tavira e Castro Marim, tem como objetivo promover valores de tolerância, aumentar o conhecimento sobre o património e a diversidade cultural, promover a preservação do património histórico, assim como fomentar melhores relações entre os povos.

A RTA, cuja missão está centrada na valorização turística da região, encabeça esta proposta de candidatura, tendo em conta o papel fulcral do turismo na preservação do património cultural, natural, material e imaterial.

A deliberação final da Comissão Nacional da UNESCO relativa à candidatura é esperada até ao final do próximo ano.

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