Deputados foram a Albufeira dar esperança a quem ainda tenta recuperar das cheias (com fotos)

Isabel Condesso, de 68 anos, viu um grupo de pessoas engravatadas entrar pelo salão de cabeleireiro, que procura recuperar depois […]

Vista deputados cheias albufeira (1)Isabel Condesso, de 68 anos, viu um grupo de pessoas engravatadas entrar pelo salão de cabeleireiro, que procura recuperar depois das cheias de 1 de novembro em Albufeira. Falou com elas, disse-lhes que perdeu tudo e que vive com a reforma de 260 euros. Depois, perguntou: «de que partido vocês são?». «De todos», respondeu Pedro Soares, presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, que visitou ontem a cidade, para ver como decorrem os trabalhos de recuperação desde a intempérie que assolou o concelho.

A resposta do deputado deu esperança a Isabel Condesso: «Assim é que é!». A esperança da cabeleireira é a de reaver alguma parte do prejuízo que teve, através do Fundo de Emergência, uma vez que o seu estabelecimento, onde trabalhava com a irmã, não estava coberto por qualquer seguro.

Algumas dezenas de metros à frente, na mesma rua, o grupo de deputados da Comissão, e também os eleitos pelo Algarve, falou com outro comerciante, dono de um supermercado, que aguarda que o valor dos prejuízos seja ressarcido pelo seguro, mas até agora, também nada chegou.

O valor estimado dos prejuízos causados pelas cheias foi revelado por Carlos Silva e Sousa, presidente da Câmara de Albufeira, aos jornalistas, na Praça dos Pescadores: 1 milhão de euros em obras públicas, 3,6 milhões de euros de prejuízos de particulares sem seguros e 14 milhões em prejuízos declarados às seguradoras.

Vista deputados cheias albufeira (3)Se, no caso do valor declarado às seguradoras, os deputados não podem fazer muito, no caso dos Fundo de Emergência, Pedro Soares diz que a comissão parlamentar irá «tomar medidas, dentro das nossas competências, para que os fundos sejam rapidamente disponibilizados. Hoje falámos com comerciantes com seguro, que estão mais protegidos, e sem seguro, que estão em situações muito difíceis. Era fundamental que conseguissem recuperar os seus comércios até ao ano novo. Depois desta visita os grupos parlamentares irão ter a iniciativa de procurar que o Governo disponibilize rapidamente esses fundos».

Esse desejo é partilhado por Carlos Silva e Sousa: «hoje [ontem] há reunião da comissão que irá enquadrar a indemnização aos particulares. Está lá o nosso técnico municipal com os processos dos particulares que foram entregues. Espero que seja rápida essa devolução de dinheiro para cobertura dos danos. Rápido significa ver os processos rapidamente, em uma, duas, três semanas. É preciso que os números sejam bem vistos, apreciados, julgados, mas deve ser um processo célere».

Isabel Condesso e os outros comerciantes esperam que sim.

 

«Vai haver gente a vir a Albufeira para ajudar Albufeira» na Passagem de Ano

Vista deputados cheias albufeira (5)A baixa de Albufeira mostra sinais de recuperação desde a intempérie. Ainda se trabalham em algumas esplanadas e lojas para que possam reabrir brevemente, mas uma boa parte já abriu. As ruas estão limpas, mas ainda decorrem trabalhos de pavimentação em algumas zonas mais fustigadas pela força das águas.

Em Albufeira, luta-se contra o tempo: dentro de duas semanas há a Passagem de Ano e Carlos Silva e Sousa e os comerciantes esperam que esta seja uma ajuda para recuperarem algum do prejuízo causado no dia 1 de novembro.

O presidente da Câmara garante que «a obra pública vai estar já toda pronta para o período de férias e, vamos ter um grande fim de ano, que é uma festa que faz história, não só em Albufeira, mas no Algarve e no país».

O autarca diz ter indicadores «positivos em relação às reservas» em hotéis para o final de ano na cidade e não teme que as cheias possam resultar numa menor afluência de pessoas. «Se houver efeito no turismo é o contrário. Esse será mais um fator de curiosidade e de solidariedade. Vai haver gente a vir a Albufeira para ajudar Albufeira», acredita.

Silva e Sousa revelou ainda que quer ter o novo plano hidrográfico da cidade pronto até 2020.

 

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